Tribunal Federal alegou que a decisão do tenista de não se vacinar contra a Covid-19 representa um risco para o país


Novak Djokovic caminha no aeroporto de Melbourne antes de deixar a Austrália

Novak Djokovic caminha no aeroporto de Melbourne antes de deixar a Austrália

LOREN ELLIOTT/REUTERS - 16.01.2022

O tenista Novak Djokovic foi deportado da Austrália, neste domingo (16), depois que o Tribunal Federal confirmou a decisão do governo de cancelar seu visto, alegando que sua decisão de não ser vacinado contra a Covid-19 representava um risco para o país.

O jogador sérvio embarcou em um voo da Emirates com destino a Dubai, poucas horas após a decisão, disse uma testemunha à Reuters.

A decisão unânime de um banco de três juízes foi um golpe final para as esperanças de Djokovic de perseguir um recorde de 21º Grand Slam no Aberto da Austrália.

Djokovic disse após a decisão que ficou extremamente desapontado, pois isso significava que ele não poderia participar do torneio, que começa na próxima segunda-feira (17).

"Respeito a decisão do tribunal e vou cooperar com as autoridades competentes em relação à minha saída do país", acrescentou pouco antes de ser visto no aeroporto de Melbourne.

"Agora vou tirar um tempo para descansar e me recuperar", disse o jogador, cuja carreira pode ser seriamente afetada após a decisão.

Djokovic foi autorizado no sábado (15) a deixar o centro de detenção onde estava e assistiu à audiência online de quatro horas no escritório de seus advogados.

Em suas conclusões no tribunal, o ministro da Imigração, Alex Hawke, argumentou que a presença de Djokovic no país era "provavelmente um risco à saúde".

Ele disse que o tenista alimentou o "sentimento antivacina" e poderia atrapalhar a campanha para a vacinação de reforço, já que a variante Ômicron do coronavírus se espalha rapidamente pelo país.

"Agitação civil"


A presença do campeão na Austrália pode até "provocar um aumento da agitação civil", acrescentou o ministro.

Apesar de chamar o risco de o próprio Djokovic infectar os australianos de "insignificante", o ministro disse que seu "desrespeito" pelas regras de saúde da Covid-19 é um mau exemplo.

Neste domingo, no tribunal, os advogados de "Djoko" descreveram a detenção e a possível deportação de seu cliente como "ilógicas" e "irracionais".