Marido de paciente, internada na UTI, denuncia comércio de jalecos dentro da AMI em Porto Velho

Com Porto Velho batendo recordes de caso de Covid-19, uma cena insólita aconteceu na Unidade de Assistência Médica Intensiva -AMI, localizada no bairro Caladinho. Uma servidora, cuja identidade não foi revelada, abriu uma mala e começou a marretar jalecos para médicos e enfermeiros. Além do barulho, os próprios profissionais estavam passando de mão em mão os acessórios de Saúde, mesmo com a orientação para evitar aglomeração e manter distanciamento. O caso foi relatado pelo jornalista Carlos Macena, marido de uma paciente internada na UTI da AMI, acometida com AVC.

Marido de paciente, internada na UTI, denuncia comércio de jalecos dentro da AMI em Porto Velho

Segundo ele, no dia da visita os enfermeiros obrigaram-no a vestir um roupão, usar luvas e touca de proteção. Passados alguns minutos, Macena saiu do local em razão do horário de permanência e se deparou com uma senhora “gritando na recepção com uma mala cheia de jalecos oferecendo aos médicos”. Prontamente, ele pediu silêncio e respeito porque ali se encontravam pessoas queridas lutando pela vida. Além de não dar ouvidos, a mulher invadiu a sala da UTI, sem qualquer proteção exigida aos visitantes. Indignado, Macena foi atrás dessa senhora e pediu para que fosse retirada da UTI. Para Macena, a citada mulher é servidora e é acostumada a fazer da AMI um comércio para os médicos e enfermeiros. “É uma falta de respeito com os pacientes. As pessoas sem a menor preocupação com a Covid pegando nas roupas e passando para as outras”, disse o jornalista.

Visitas suspensas

Após a denúncia veiculada em órgãos de imprensa, a direção da AMI resolveu suspender as visitas aos pacientes internados na UTI. “É uma inversão de valores. Em vez de afastar o comércio do local e punir essa servidora, a unidade resolve punir quem fez a denúncia porque não poderei mais visitar minha esposa”, disse ele. Ela está internada há mais de 20 dias e apresentou melhoras. Macena pretende levar o caso ao Ministério Público. A direção da AMI não se pronunciou sobre o assunto.