Após primeiras conversas para um cessar-fogo, negociador russo diz que acordo 'tem que ser do interesse de ambas as partes'



O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa durante reunião da assembleia-geral

O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa durante reunião da assembleia-geral

CARLO ALLEGRI/REUTERS - 23.02.2022

Após as primeiras conversas desde o início da invasão russa da Ucrânia, realizadas em Belarus, negociadores russos e ucranianos voltam para as capitais Kiev e Moscou, nesta segunda-feira (28), para consultas.

No quinto dia de ofensivas russas contra as tropas ucranianas, as delegações da Rússia e da Ucrânia se reuniram para negociações. Apesar do início das negociações e do pedido do presidente ucraniano Volodmir Zelenski para um cessar-fogo "imediato", os ataques russos em Kiev, capital da Ucrânia, avançam.

A invasão deflagrada por Vladimir Putin desencadeou uma cascata de sanções dos países ocidentais e seus aliados, que incluem bloqueios de acesso ao sistema financeiro e o fechamento do espaço aéreo para aviões russos. Muitos países ofereceram armas à Ucrânia, mas insistiram que não se envolveriam militarmente.

"Rússia e Ucrânia estão realizando as primeiras negociações", disse a agência belarussa Beta. As conversas ocorreram na região de Gomel, em Belarus, perto da fronteira com a Ucrânia, e coincidiram com um aumento no tamanho da resistência ao avanço russo.

A Ucrânia exige um cessar-fogo e a retirada das tropas russas. Volodmir Zelenski, nas redes sociais, exortou os invasores a "deitar as armas" e "salvar a própria vida".

Zelenski, com uma presença midiática ágil durante a crise, também pediu à União Europeia (UE) que admitisse imediatamente seu país no bloco. Mas, segundo o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, há opiniões contrárias sobre o assunto em Bruxelas.

O principal negociador russo, Vladimir Medinski, afirmou que seu país "busca um acordo", mas que "tem que ser do interesse de ambas as partes". Já Putin, nesta segunda-feira, exigiu do presidente francês, Emmanuel Macron, o reconhecimento da Crimeia como território russo e a desmilitarização e "desnazificação" da Ucrânia como condições preliminares para a resolução do conflito, informou o Kremlin em comunicado.

"Vocês podem se sentir completamente seguros, é nossa responsabilidade sagrada", disse o chefe da diplomacia belarussa, Vladimir Makei, às delegações.