O parlamentar lamentou que há um paradoxo inaceitável na Amazônia; mesmo com tanta abastança, a desigualdade é gritante para os povos que habitam a região

O senador Confúcio Moura (MDB-RO) utilizou a Tribuna virtual do Senado Federal nessa quarta-feira (03) para manifestar sua preocupação com relação à Amazônia, e ao mesmo tempo defender o desenvolvimento sustentável dos estados e municípios dessa região que sofre com o desmatamento desenfreado, o garimpo ilegal, os crimes contra os povos originários e a pouca vigilância das fronteiras. 

De acordo com o parlamentar, a Amazônia tem sido pauta de debates acalorados nos últimos dias, principalmente em razão dos recentes assassinatos envolvendo o jornalista inglês, Dom Phillips, e o indigenista Bruno Pereira. O senador lembrou que o brasileiro sabe muito pouco dos problemas daquela região, menos ainda das soluções que ela própria oferece. “O cidadão brasileiro comum até ouve falar dos problemas da Amazônia, a imprensa, inclusive do exterior, faz o seu trabalho ao jogar luzes sobre questões que atormentam aquele pedaço do Brasil, mas a Amazônia, é um patrimônio que ainda não foi calculado”, disse.

Confúcio Moura destacou que a Amazônia é com toda a certeza a maior riqueza que o Brasil tem hoje, fora minério, produção de grãos, leite e carne, e que a região tem um patrimônio, ainda não dimensionado, extremamente importante. “Só o patrimônio ambiental é impossível precificar. E não estamos falando apenas do Brasil quando falamos disso. As vezes penso que apostar no caos é um projeto político orquestrado, planejado”, se preocupa.

Segundo ele, além disso, os holofotes mostram as soluções criativas que o povo da Amazônia tem implementado nos últimos anos, que são soluções excelentes para a exploração dessas riquezas existentes na floresta.

Para vender ao mundo os produtos que são chamados genericamente de bioeconomia, Confúcio Moura disse que há o Imazon, a Embrapa e os governos dos estados amazônicos que têm profundo conhecimento.  “É uma região fantástica! Eu sou de lá, eu sou do Estado de Rondônia, e sei que são admiráveis as riquezas existentes na floresta. E nós temos realmente que nos concentrar, valorizar e procurar entender a grandeza da Amazônia”, conclama Confúcio Moura.

O senador disse que as pessoas falam da Amazônia como se fosse algo folclórico, distante, algo isolado, que só tem regiões inóspitas, inacessíveis e não é bem assim. “Na Região Amazônica vivem mais de 24 milhões de brasileiros. E, por ironia do destino, a Amazônia, com todas as suas riquezas potenciais, abriga a maior desigualdade brasileira, em todos os sentidos, educacional, de renda, da pobreza, da falta de saneamento básico. É a pobreza dentro da riqueza. Isso é um paradoxo realmente inaceitável”, lamentou.

O senador ressaltou que é preciso falar mais da Amazônia, proteger mais, divulgar mais, e encontrar e operar as soluções disponíveis. “Até acho que deveria ter uma Embrapa, com outro nome, só para a Amazônia, só para pesquisar a Amazônia, ou então dar força às instituições, às universidades, às instituições não governamentais existentes na Amazônia. Eu tenho muito orgulho daquela região, muitos brasileiros produzindo grãos, produzindo soja, produzindo carne, enfim, muita riqueza”, explicou

Confúcio Moura enfatizou que é possível também reflorestar a região, como faz o município de Vilhena no cone sul do estado de Rondônia. “Eu sou um defensor da Amazônia, assim como no terreno também da educação, a gente deve fomentar muito esse apoio aos estados e municípios da Amazônia brasileira. Se não organizarmos o caos ali, o mundo perde”, pontuou.