Amazonas foi o segundo colocado em número de finalistas no prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato (Foto: Clóvis Moiranda/A Crítica)

Amazonas foi o segundo colocado em número de finalistas no prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato (Foto: Clóvis Moiranda/A Crítica)

Com o aumento da demanda por artesanatos, a artesã Patrícia dos Santos Batista, 47, vem se dedicando integralmente à produção de cestarias feitas de cipós na comunidade Menino Deus, no município de Maués.

A procura fez com que ela deixasse de lado a área da educação, porque viu no seguimento a oportunidade de aumentar a própria renda. Ela é uma dos treze artistas que ficaram em segundo lugar no prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato entregue no último dia 17, no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab), no Rio de Janeiro.

Patrícia Batista viu no artesanato uma oportunidade de melhorar de vida (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)

Patrícia Batista viu no artesanato uma oportunidade de melhorar de vida (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)

"Eu cheguei a trabalhar como professora por dez anos em uma escola na comunidade, mas sempre dividindo o tempo com o artesanato. Hoje, o artesanato é minha principal fonte de renda e agora, eu vou focar mesmo na minha produção", comentou ela, que atua na Associação Unidos Para Vencer, junto a outros 23 artesãos.

Passada por gerações, Patrícia dos Santos espera que as suas filhas também carreguem a tradição."Eu costumo falar que o artesanato está no sangue. A minha mãe aprendeu com a minha avó e eu aprendi com a minha mãe. Assim espero que as minhas filhas possam levar também essa tradição".  

Valorização de peças

Natural de Benjamin Constant, Rosa Davila, 56 anos, também tem o artesanato como sua principal fonte de renda. Em casa, o marido e os dois netos ajudam na produção dos cestos feitos de fibra de arumã e tucumã. Por mês, ela conta que produz mais de 30 cestos de diversos tamanhos. "Agora eu vejo que a minha peça está valorizada e isso me desperta a vontade de me dedicar ainda mais ao artesanato". 

Já Irineu Baniwa, 49 anos, atua junto a 20 artesãos na comunidade Yamado, localizada no município de São Gabriel da Cachoeira. As matérias primas utilizadas pelo grupo são fibras de arumã e madeira.

Aos 49 anos de idade, Irineu Baniwa atua junto a 20 artesãos na comunidade Yamado, localizada no município de São Gabriel da Cachoeira (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)

Aos 49 anos de idade, Irineu Baniwa atua junto a 20 artesãos na comunidade Yamado, localizada no município de São Gabriel da Cachoeira (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)

"Nós estamos focados com alguns artesanatos que foram recriados, peças que a gente tenta adequar com o design contemporâneo para ficar mais como decoração e também incorporamos grafismos baniwa entalhados no remo".

Prêmio Sebrae 2022

Os três artesãos foram finalistas na 5ª Edição do Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato. Eles e outros dez artistas também compõem o ranking representando sete municípios. O ranking nacional oferece o selo da premiação por três anos e divulgação de três produtos nos sites do Sebrae nacional, regional e no catálogo comercial do prêmio. 

Além de Irineu Rodrigues, alcançaram o posto os artesãos Julia Pascoal e Janete Lana, de São Gabriel da Cachoeira; Simeão Bezerra, Talita Fragoso e Johainy Belém, de Novo Airão; Maria Claudia Campos e Maria Aparecida Dias, de Barcelos; Paula Renata, de Maués; Marcos Alexandre dos Santos, do Careiro, de Benjamin Constant, e Joarlhison Garrido, de Manaus. 

“No município, eles estavam esquecidos porque não tinha mercado. A gente vem com o prêmio, faz uma aproximação direta deles com o mercado e agora muitos deles estão com uma agenda fechada de produção para 2023. Ou seja, gerou mais renda, emprego, e vai dar mais valorização para o nosso Estado”, destacou a gestora do projeto de artesanato Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Lilian Silva. Iniciado em 2006, o prêmio tem o objetivo de identificar os produtores de artesanato mais competitivos do Brasil.

A gestora do projeto de artesanato do Sebrae, Lilian Silva, destacou a possibilidade de geração de emprego e renda por meio do artesanato no Amazonas (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)