Ativos da Refinaria Isaac Sabbá foram comprados pelo Grupo Atem; capacidade de processamento é de 46 mil barris por dia

A Refinaria Isaac Sabbá, no Amazonas. Foto: Petrobras
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Petrobras anunciou, nesta quarta-feira 30, a conclusão da venda da Refinaria de Manaus, que detém a Refinaria Isaac Sabbá, uma das oito refinarias que estavam na lista de desinvestimentos do governo federal.

Em nota, a estatal informou que os ativos foram vendidos para a empresa Ream Participações S. A., do Grupo Atem, criado em 2000, no Amazonas. A operação se encerrou com o pagamento de 257,2 milhões de dólares para a Petrobras. Segundo a empresa, o valor do preço de compra era de 189,5 milhões de dólares. Nesta quarta, a Petrobras recebeu os 228,8 milhões de dólares que faltavam.

O processo levou três anos para ser concluído. Segundo a Petrobras, “a operação está alinhada à estratégia de gestão de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade”. A Petrobras segue em operação de apoio à Reman por um período de até 15 meses.

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Localizada às margens do Rio Negro, a Reman nasceu em janeiro de 1956 e foi inaugurada no ano seguinte, com a presença do então presidente Juscelino Kubistchek.

A sua capacidade de processamento é de 46 mil barris por dia, e os seus ativos incluem um terminal aquaviário. Além disso, é autossuficiente em energia, dispondo de uma central termoelétrica que produz e distribui 5,8 megawatts, o suficiente para atender a demanda por energia de um município com 35 mil habitantes.

Na terça-feira 29, petroleiros realizaram um ato contra a privatização da Reman. Uma nova manifestação está prevista para 7 de dezembro. Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a venda pode contribuir para o aumento dos preços dos combustíveis, aumentar o risco de desabastecimento e dificultar uma política nacional de preços.

Conforme mostrou CartaCapital, a equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atua para interromper processos de desinvestimentos da gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Uma das críticas dos petistas recai sobre a venda das refinarias. O primeiro caso de privatização ocorreu com a Landulpho Alves, na Bahia, a um preço menor que o devido, segundo a FUP.

Também já foram vendidas a Unidade de Industrialização do Xisto, no Paraná, à canadense Forbes & Manhattan, e a Lubrificantes e Derivados do Nordeste, à Grepar Participações – esta última operação, porém, ainda depende de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade.

Outras refinarias que estão na mira são Abreu e Lima (Pernambuco), Alberto Pasqualini (Rio Grande do Sul) e Presidente Getúlio Vargas (Paraná). A Refinaria Gabriel Passos, em Minas Gerais, teve a operação interrompida, mas a companhia anunciou que avaliará “o momento adequado para iniciar novo processo competitivo”.