Economia: Situação dos EUA e Europa trará benefícios ao Brasil 

Na avaliação do cenário político e econômico para o próximo ano, uma série de condicionantes devem ser levadas em consideração.  Na opinião de Cida Damasco, jornalista especialista em temas econômicos, com mudança de governo a avaliação deve ser ainda mais profunda. “Esse novo governo tem vários desafios pela frente. Internamente o principal desafio é serão processadas as mudanças na política econômica. Como e principalmente, compatibilizar responsabilidade social com responsabilidade fiscal? E do lado externo, temos a economia americana com certos problemas, mas ainda um pouco melhor do que a economia europeia”. Orientada pelo atual cenário internacional, Cida questiona como tanto a economia americana como europeia, às voltas com inflação alta e juros altos, darão impulso positivo para a atividade econômica, e o peso que isso terá a economia brasileira. “Nós sabemos que política de juros severa nunca favorece muito atividade econômica. Portanto, fora e dentro, temos condicionantes complicadas para este ano”. Cida ainda apontou alguns sinais favoráveis, a exemplo dos benefícios sociais. “A continuidade do Auxílio Brasil, que voltará a chamar Bolsa Família, no valor de R$ 600 mais o adicional de R$ 150 para famílias com crianças de até 6 anos de idade”. A medida social deve elevar o consumo, entretanto a alta da inflação acima dos dois dígitos ainda é um desafio para política econômica neste ano. A expectativa de queda dos juros para o início de 2023, não está se consolidando. “Com relação à questão dos juros, a taxa básica é de 13,75%, mas nós sabemos que na realidade os juros são muito mais elevados. E juros alto não é uma coisa que anima nem consumidores, nem empresas”, pondera Cida. Quanto ao papel do BNDES, Cida afirma “há uma grande discussão sobre qual o papel do BNDES nesse novo governo. E muita gente temia a volta da política de beneficiar os chamados as grandes empresas, puxando o crescimento de vários setores. Essa política não se mostrou adequada e recebeu várias críticas e há claros sinais de que não será a política adotada nesse governo. O BNDES terá um papel importante também em relação às pequenas e médias empresas. E isso é essencial”.