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Valdemar afirmou que Jair Bolsonaro não deu um golpe de estado “porque não viu maneira de fazer” e lançou Michelle como possível candidata para 2026

Presidente do PL, Valdemar Costa Neto concedeu uma entrevista-bomba ao jornal O Globo, na qual afirma que a minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres não era a única. Ele ainda diz que Jair Bolsonaro (PL) não deu um golpe de estado “porque não viu maneira de fazer”.

Segundo o dirigente partidário, Bolsonaro não teria cogitado utilizar a minuta golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT). “Ele nunca falou nesses assuntos comigo (sobre contestar a eleição). Um dia eu falei: ‘tudo que temos que fazer tem que ser dentro da lei’. Ele falou: ‘tem que ser dentro das quatro linhas da Constituição’. Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava (o papel) no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer. Agora, vão prendê-lo por causa disso? Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: ‘pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam'”.

Ele confirmou que minutas de decreto golpista como a achada na casa de Torres circulavam “direto” no entorno de Bolsonaro.
Segundo Valdemar, Bolsonaro ficou abalado após ser derrotado por Lula nas urnas e achou que o ex-ocupante do Palácio do Planalto “ia morrer”. “Não o preparamos para uma possível derrota. Nunca tocamos nesse assunto, não passou isso pela cabeça dele. Quando fui lá na segunda-feira (após a eleição), ele estava um pó. Quando eu o vi após uma semana, eu achei que ele ia morrer. O cara estava desintegrando. Passaram três ou quatro semanas, e vi que ele melhorou. Perguntei o que era, e ele disse que estava comendo, porque ele ficava quatro ou cinco dias sem comer nada. O mundo dele virou de ponta-cabeça”.

O presidente do PL afirmou que Bolsonaro estará no Brasil “no final do mês” para lhe ajudar a “conduzir essa bancada de direita que nós temos aqui”: “o pessoal é muito extrema-direita. Com Bolsonaro aqui, eu estou no céu. Eles ouvem Bolsonaro. Não vão ouvir a mim”.

Além de jogar Bolsonaro aos leões, Valdemar afirmou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é uma virtual candidata à Presidência da República em 2026: “ela tem condições. Ela pode ser candidata até a presidente da República. Ninguém sabe o dia de amanhã”.