O presidente também afirmou aos aliados que é preciso desenvolver a política econômica “dentro das possibilidades” do que foi proposto durante as eleições.

— Vocês foram eleitos pelo povo brasileiro e todos vocês, e o governo, têm direito de estabelecer sua política econômica, de estabelecer sua política social, e temos que tentar fazer dentro das nossas possibilidades aquilo que foi o propósito com que ganhamos as eleições.

Participaram da reunião, o chamado Conselho Político da Coalizão, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente), Fernando Haddad (Fazenda) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia).

Veja os nomes anunciados para a equipe econômica do governo Lula

Fernando Haddad foi indicado ministro da Fazenda do governo LulaO vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) vai ocupar o Ministério da Indústria
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A economista e ex-secretária de Orçamento Federal no governo Dilma, Esther Dweck,  para chefiar o futuro Ministério da Gestão, que cuidará da estrutura de servidores — Foto: Aílton de Freitas/Agência O Globo
Após confirmação de Gabriel Galípolo para secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Lula confirma Mercadante como presidente do BNDES

O vice-presidente Geraldo Alckmin, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, e os líderes do PT, Zeca Dirceu, do governo na Câmara, José Guimarães, do Congresso, Randolfe Rodrigues, e do Senado, Jaques Wagner, também participaram ao lado de outros parlamentares e líderes partidários.

Na ocasião, o presidente cobrou que seus ministros e seus líderes no Congresso (Randolfe Rodrigues), na Câmara (José Guimarães) e Senado (Jaques Wagner) resolvam “todas as demandas” apresentadas até agora para o governo.

Lula tem reclamado da alta taxa de juros, em 13,75% ao ano, definida pelo BC. A expectativa do mercado é que a taxa Selic, neste patamar desde agosto do ano passado, se mantenha neste patamar até o fim deste ano.

O presidente tem reclamado que não é possível fazer com que o país volte a crescer com a atual taxa de juros e afirmou que o BC é o responsável pelo atual cenário. Lula chegou a afirmar que, no seu mandato, poderia rever o atual modelo de autonomia do Banco Central, já classificado como “uma bobagem” por ele.

Nova crítica ao BC

Nesta terça-feira, o petista voltou a criticar a autonomia do BC e afirmou que as pessoas que acreditavam que o instituto mudaria algo na economia precisam fazer uma reavaliação.

— Eu acho que as pessoas que acreditavam que a independência do Banco Central ia, mudar alguma coisa no Brasil, que os juros iam ser menores, as pessoas que tomaram essa posição é que tem que ficar olhando se valeu a pena ou não.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, por sua vez, afirmou nesta quarta-feira que não existe por parte do governo nenhuma discussão sobre a mudança da lei e da autonomia do Banco Central. Afirmou, também, que não há um processo de aceleração da saída de Campos Neto, nem uma discussão de mudança na meta da inflação para, em última instância, aliviar os juros.

— Não existe nenhuma iniciativa do governo de mudança da lei atual do Banco Central e nenhuma pressão sobre qualquer mandato. A lei estabelece claramente que você tem mandatos que serão cumpridos — afirmou o ministro.

Padilha defendeu que nos outros mandatos Lula garantiu a autonomia das decisões do BC e que nunca impediu a combinação da “responsabilidade fiscal com a responsabilidade sócio-ambiental”.

— Acho que o presidente da República traz as dores, os anseios de quem quer uma taxa de juros cada vez menor no país para que o empresário possa investir cada vez mais, gerar mais crescimento. O presidente Lula ao longo dos oito anos em que governou o país tinha falas similares como essa. Isso não impediu em nenhum momento que quem presidiu o BC tivesse autonomia para as decisões, como o presidente Lula sempre fez questão de garantir, e não impediu que pudesse ter a combinação da responsabilidade fiscal com a responsabilidade socioambiental do país.