Imagens mostram que recuo de militares permitiu passagem de golpistas. Em depoimento, PMs disseram ainda que precisaram sair 'para resgatar colegas feridos'.
Por Márcio Falcão, TV Globo
Gravação mostra recuo de PMs facilitando entrada de invasores ao STF
Policiais militares presos na operação Lesa Pátria, que investiga omissão e colaboração com os atos terroristas de 8 de janeiro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, disseram à Polícia Federal que recuaram diante dos bolsonaristas radicais que invadiram o Supremo Tribunal Federal (STF) porque houve falha e falta de munição química. Veja o momento do recuo no vídeo acima.
O depoimento foi dado na terça-feira (7) e encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, nesta quinta-feira (9). Segundo o major Flávio Silvestre de Alencar, os policiais também precisaram recuar para socorrer colegas feridos.
A justificativa de "socorrer colegas" foi usada ainda para explicar a retirada das viaturas da PM do local.
No dia dos atos terroristas, o major Flávio foi flagrado por uma câmera de segurança em um carro da PMDF que escoltou outras viaturas para longe da grade de contenção que impedia os bolsonaristas de avançar até o prédio do STF.
O g1 tenta contato com a defesa do militar e dos outros envolvidos.
Já o tenente Rafael Pereira Martins afirmou à Polícia Federal que o "baixo efetivo" da PM na Esplanada "ocasionou a dificuldade em conter os manifestantes".
De acordo com o depoimento, por volta das 15h30 do dia 8 de janeiro, ele ordenou a retirada da tropa de choque da PM porque "diversas armas não letais" apresentavam pane, e havia pouca munição química.
Além disso, Martins disse que "havia muita proximidade" com os terroristas, o que poderia resultar em "óbitos em ambos os lados". De acordo com ele, a retirada do veículo – que aparece nas imagens – não facilitou a invasão ao STF.
"Os policiais preconizaram um combate em uma distância entre 30 e 50 metros", disse o tenente à Polícia Federal.
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