Lula diz que vai 'continuar batendo' no Banco Central para reduzir taxa básica de juros da economia

Lula diz que vai 'continuar batendo' no Banco Central para reduzir taxa básica de juros da economia


Em entrevista, presidente voltou a criticar taxa Selic a 13,75%. Nesta terça-feira (21), Copom volta a se reunir para definir índice.

Por Guilherme Mazui, g1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (21), que vai continuar pressionando o Banco Central pela redução da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, que hoje é de 13,75% ao ano. A declaração foi dada em entrevista transmitida pela internet.

"Eu vou continuar batendo, eu vou continuar tentando brigar para que a gente possa reduzir a taxa de juros, para que a economia possa ter investimento", disse.

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"Uma coisa que eu acho absurda é a taxa de juros estar a 13,75%, num momento em que a gente tem o juro mais alto do mundo, num momento em que não existe uma crise de demanda, não existe excesso de demanda", afirmou.

A fala do presidente ocorreu no dia em que tem início uma nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para definir a taxa Selic. O grupo costuma se encontrar a cada 45 dias para determinar o índice.

O último encontro, o primeiro durante o terceiro mandato de Lula, ocorreu em 1º de fevereiro. À ocasião, o comitê manteve a mesma taxa, pela quinta vez consecutiva. É o maior patamar desde novembro de 2016, quando o índice estava em 14% ao ano.

  • O vídeo abaixo explica como a taxa de juros funciona como instrumento da política monetária para frear a disparada de preços em tempos de inflação:
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Críticas ao BC

Na entrevista, ao site "Brasil 247", Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. E disse que não considera importante a autonomia do BC.

"A gente só vai poder mudar o [presidente do] Banco Central daqui dois anos, porque ele tem autonomia. Eu, sinceramente, nunca me importei com a autonomia do Banco Central. Eu nunca achei que era importante. Eu não sei porque as pessoas acham que é importante autonomia."

"Eu sinceramente acho que o presidente do Banco Central não tem compromisso com a lei que foi aprovada de autonomia do Banco Central. A lei diz que é preciso cuidar da responsabilidade da política monetária, mas é preciso cuidar da inflação também, é preciso cuidar do crescimento do emprego, coisa que ele não se importa", continuou.

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