Após derrotas no Congresso, Padilha diz que Lula mandou cobrar votos de partidos que têm ministérios

Após derrotas no Congresso, Padilha diz que Lula mandou cobrar votos de partidos que têm ministérios


'Não sou marinheiro de primeira viagem', afirmou o ministro das Relações Institucionais sobre as críticas à sua atuação. Padilha também disse que o governo está pagando emendas parlamentares, reivindicação do Congresso.

Por Pedro Henrique Gomes e Guilherme Mazui, g1 — Brasília

  • Ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) se reuniu com o presidente Lula

  • Lula pediu para o ministro fazer conversas com siglas aliadas para cobrar votos na Câmara

  • Padilha afirmou que o governo já está liberando emendas parlamentares, reivindicação dos deputados

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Em meio a uma crise na articulação política do governo com a Câmara, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (8) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou uma rodada de conversas com partidos que comandam ministérios. Um dos objetivos é cobrar votos.

As primeiras reuniões, segundo o ministro, serão com PSB e PSD. Depois, com MDB e União Brasil.

"O presidente Lula pediu, delegou a responsabilidade. E a tarefa, como coordenador político do governo, nesta semana, é de fazer reuniões dos ministros que foram indicados pelos partidos junto com líderes da Câmara para discutirmos ação na Câmara. A ação que está sendo feita e o cumprimento do calendário de votações até o final do primeiro semestre", afirmou o ministro.

O ministro falou com a imprensa após uma reunião com Lula, na qual foi tratada a estratégia de diálogo com a Câmara e com o Senado.

"Ele [Lula] reforçou que essas reuniões têm que ser coordenadas e lideradas pela Secretaria de Relações Institucionais junto com a Casa Civil, junto com os ministros de cada área. Devemos fazer a primeira já com os ministros do PSB, PSD. Devemos marcar com ministros do MDB na volta do líder do MDB da Câmara, com os ministros do União Brasil. Fazer isso como uma rotina permanente", completou.

Padilha também informou que o governo está liberando as emendas parlamentares de acordo com o calendário do Orçamento da União. A demora na liberação de emendas é uma queixa dos congressistas com relação ao Palácio do Planalto.

O governo vem de semanas de derrotas no Congresso. Foram criadas quatros comissões parlamentares de inquérito (CPIs). Uma delas, a CPI dos Atos Golpistas, vai funcionar conjuntamente com a Câmara e com o Senado.

As outras três são da Câmara. Entre elas, a CPI do MST, que pode causar desgaste ao governo.

Na semana passada, a Câmara derrubou um decreto de Lula que alterava o marco do saneamento básico. Mesmo partidos que têm ministros votaram contra o governo.

"Tivemos uma derrota na semana passada. É raríssimo o time ser campeão invicto. Para ser campeão, você não pode é perder a final", afirmou Padilha.

Sobre as críticas à sua atuação, o ministro se defendeu: "Eu estou acostumado a este cargo. Não sou marinheiro de primeira viagem".

Questionado se Lula vai participar das reuniões com os partidos, Padilha negou. Mas disse que o presidente está sempre envolvido com a articulação política. Nos bastidores, é previsto que Lula intensifique o diálogo com a base nos próximos dias.

"O que tem de melhor na articulação política no país é o presidente Lula. Vai entrar em campo quando precisar. É o Pelé da articulação política", argumentou.

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