Em Manaus, Anatel apresenta soluções de conectividade para países vizinhos

Evento realizado na sede da Agência Nacional de Telecomunicações, no Distrito Industrial, reuniu representantes de vários países vizinhos, além de Portugal, para debater as soluções tecnológicas de conectividade no âmbito do Programa Amazônia Integrada Sustentável (PAIS)

Giovanna Marinho

online@acritica.com

(Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)

A  Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o governo do Amazonas reuniram representantes de vários países vizinhos e de Portugal para debater as soluções tecnológicas de conectividade no âmbito do Programa Amazônia Integrada Sustentável (PAIS). O governo federal pretende apresentar soluções de sistemas de internet por fibra ótica que podem abrir novas possibilidades de negócios para o país. O evento ocorreu nesta quarta-feira (20), na sede da Anatel no Distrito Industrial I, Zona Leste de Manaus.

O vice-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), conselheiro Moisés Moreira, explicou que os países foram convidados a entender as especificações técnicas das Infovias implantadas nos rios da região Amazônica para que eles possam implantar nos seus territórios e, no futuro, facilitar a interligação de sistemas, com base na tecnologia já aprimorada no Brasil. Estiveram presentes representantes da Colômbia, Peru, Suriname, Guiana Francesa e Portugal, que deve fazer ponte com países africanos de língua portuguesa.

(Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)

Segundo ele, existe o interesse de empresas nos cabos submarinos ligando o Brasil e a Europa a se conectarem por sistemas backbones (espinha dorsal, em tradução livre do inglês), que interligam uma série de servidores, na região amazônica para principalmente interligarem com os países do Pacífico. A última conexão ocorreu na Amazônia, no mês de agosto, entre os municípios de Santarém (PA) e Parintins (AM). Somente nesta ligação foram mais de 1 mil quilômetros de cabos conectando as duas cidades.

Ao todo, seis infovias estão sendo construídas, o que corresponde a cerca de 10 mil quilômetros de cabos lançados sobre os rios. Dessas, três já estão em fase de lançamento de cabos e outras três serão executadas até o fim deste ano. Em 2024, espera-se que toda a infraestrutura esteja em funcionamento. A expansão da conectividade deve beneficiar, em especial, municípios isolados e com baixa conectividade que agora poderão ter acesso à telemedicina e educação à distância, por exemplo.

“Principalmente, ela traz uma ferramenta para essa região, que hoje está sempre na mídia falando do desmatamento, mineração ilegal, essa ferramenta vai trazer a possibilidade de explorar o turismo de uma forma mais eficiente, dando outras possibilidades para essa população explorar o bioma de forma sustentável. Eu acho que é uma ferramenta que vai fazer com que possamos preservar essa região tão importante não só para o Brasil, mas para o mundo”, detalhou Moisés Moreira.

Toda a infraestrutura da Anatel é construída em conjunto com empresas em Parcerias Público-Privadas (PPP). Outra colaboração será construída com o governo do Amazonas, que será priorizado nos projetos de conectividade. O governador Wilson Lima (UB) afirmou que a Anatel tem sido receptiva aos pleitos estaduais e, em contrapartida, o governo pretende intermediar diálogos com os prefeitos e dar estrutura aos municípios para receber esses cabos.

(Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)

“A maioria desses municípios está isolada. Essa parceria é no sentido de encurtar distâncias, melhorar o desempenho da atividade econômica, avançar em áreas como, por exemplo, a saúde, através do nosso programa de telemedicina, através do nosso ensino à distância, através do nosso ensino tecnológico mediado, ampliar a cooperação sobretudo naquela região de fronteira no Vale do Javari, Benjamin Constant, Tabatinga, Atalaia do Norte”, revelou Wilson Lima.