Governo do AM confirma emergência em quatro municípios do interior e anuncia Operação Estiagem 2023

Governo do AM confirma emergência em quatro municípios do interior e anuncia Operação Estiagem 2023


Operação Estiagem 2023 conta com investimentos de aproximadamente R$ 100 milhões. Anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (12), na sede do Governo do Amazonas

Karol Rocha
online@acritica.com
 (Foto: Márcio Seixas/A CRITICA)

(Foto: Márcio Seixas/A CRITICA)

A expectativa é de que a seca deste ano seja de moderada a severa, conforme prevê o Governo do Amazonas, que decretou, na manhã desta terça-feira (12), Situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Região Metropolitana de Manaus.

Na oportunidade, o governador Wilson Lima apresentou também o plano de ação da Operação Estiagem 2023, que conta com investimentos de aproximadamente R$ 100 milhões. Atualmente, quatro municípios já estão em Situação de Emergência para a estiagem.

"Esses municípios correm o risco de ter o desabastecimento de alimento, o desabastecimento de combustíveis, e isso tem um impacto direto na questão do fornecimento de energia elétrica", afirmou a autoridade.

"E a gente tem aqui um conjunto de ações e grupos que tem monitorado permanentemente as condições climáticas. E especificamente sobre a questão da estiagem, isso já foi comunicado a todas as autoridades, seja no âmbito municipal, estadual e federal, sobre a nossa preocupação", disse ainda.

Entre as medidas anunciadas estão o apoio às famílias afetadas em áreas como saúde e abastecimento de água, bem como na distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, renegociação de dívidas e fomento para produtores.

Estiagem severa

Conforme a Defesa Civil do Amazonas, quatro municípios como Benjamim Constant e São Paulo de Olivença, na calha do Alto Solimões, além de Envira e Itamarati, na calha do Juruá, estão em situação de emergência. Treze outros municípios estão em situação de atenção e outros quinze entraram em situação de alerta para a seca deste ano.

Segundo o secretário executivo da pasta, coronel Francisco Ferreira Máximo Filho, há uma grande probabilidade de que a estiagem seja de moderada a severa, ou seja, mais intensa e prolongada se comparada com os anos anteriores. E isso se dá por influência do fenômeno El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuva.

Secretario da Defesa Civil, coronel Francisco Ferreira Máximo Filho (Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)

"Nós estamos acompanhando diariamente a evolução da vazante dos rios, e elas nos remetem ao entendimento de que há uma semelhança muito grande com os dois anos que correspondem à série histórica de 2005 e 2010. Então estamos falando que temos uma probabilidade muito alta de termos esse ano, em outubro, uma estiagem de moderada a severa", disse ele, apontando as séries históricas de vazante registradas no Estado nos anos citados.

Em relação às ações da pasta estão: capacitações de agentes municipais e estaduais de Defesa Civil; entrega de purificadores coletivos de água; emissão de alertas e orientações para a população e demais entes públicos; aquisição de cestas básicas e caixas d'água para a população afetada. Há ainda a estimativa de repasses de recursos aos municípios para cobrir despesas com logística, por exemplo.

"Os principais pontos sensíveis que são essenciais para a vida humana já estão sendo trabalhados com antecedência. Temos várias ações que já foram desencadeadas com a finalidade de garantir, quando necessário for, estarmos prontos para apoiar os municípios, e reitero que, de forma antecipada e preventiva, fizemos todas as difusões necessárias para que pudéssemos minimizar os impactos".

Decreto

O decreto de Situação de Emergência Ambiental abrange áreas que estão sob o impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas, incluindo os municípios de Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri e Manaus.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) coordenará a articulação com os demais órgãos públicos para a definição e execução de estratégias de combate ao desmatamento ilegal e de queimadas não autorizadas. E caberá ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) a coordenação da execução operacional das ações de resposta às ocorrências.

O decreto de Situação de Emergência Ambiental assinado pelo governador Wilson Lima entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos pelo prazo de 90 dias.

Panorama da seca no Amazonas

Municípios em Situação de Emergência (4)

Calha do Alto Solimões: Benjamim Constant e São Paulo de Olivença
Calha do Juruá: Envira e Itamarati

Municípios em Situação de Atenção (13)

Calha do Purus: Lábrea e Canutama
Calha do Médio Solimões: Jutaí, Fonte Boa, Japurá, Maraã, Uarini, Alvarães, Tefé e Coari
Calha do Negro: São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos

Municípios em Situação de Alerta (15)

Calha do Purus: Boca do Acre e Pauini
Calha do Madeira: Humaitá, Manicoré e Novo Aripuanã
Calha do Juruá: Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Carauari, Juruá
Calha do Alto Solimões: Atalaia do Norte, Tabatinga, Amaturá, Santo Antônio de Iça e Tonantins.

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