Policiais que na época integravam a Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) também são suspeitos de vender 29 fuzis apreendidos para uma facção que atua no estado.
Por Raoni Alves, g1 Rio
Polícia Federal e Ministério Público prenderam 4 policiais civis e 1 advogado por tráfico de drogas.
Força-tarefa afirma que os 4 agentes interceptaram um caminhão com 16 toneladas de maconha no interior do RJ.
Segundo a PF, policiais civis negociaram, na Cidade da Polícia, a liberação da droga e a soltura do motorista do caminhão.
No dia seguinte, mediante propina, levaram toda a droga para uma favela dominada pelo Comando Vermelho.
O delegado da Polícia Federal João Paulo Garrido Pimentel — Foto: Raoni Alves/g1
Em coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal, no Centro do Rio de Janeiro, o delegado regional executivo da PF, João Paulo Garrido Pimentel, afirmou que a Operação Drake, que terminou com policiais civis presos por tráfico de drogas nesta quinta-feira (19) também teve dinheiro e 4 carros de luxo apreendidos.
De acordo com o delegado, foram apreendidos R$ 65 mil em espécie e alguns veículos de luxo e blindados que estavam na posse de alguns dos alvos.
"Eu gostaria de reforçar que essa ação teve início com base em dados de inteligência da PRF e também houve integração com a Corregedoria da Policia Civil para o cumprimento cumprimento mandados", disse o policial.
As investigações da PF e do Ministério Público Federal (MPF) apontam que há 2 meses os 4 agentes venderam 16 toneladas de maconha para o Comando Vermelho, a maior facção criminosa do RJ. Os suspeitos teriam, inclusive, escoltado a carga até uma favela dominada pelos traficantes.
Carro apreendido em ação da PF contra policiais civis presos por tráfico de drogas no Rio — Foto: Reprodução
Carro apreendido em ação da PF contra policiais civis presos por tráfico no Rio — Foto: Reprodução
Carro apreendido em ação da PF contra policiais civis presos por tráfico de drogas no Rio — Foto: Divulgação
De acordo com as investigações, os policiais que na época integravam a Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) também são suspeitos de vender 29 fuzis apreendidos para uma facção que atua no estado. A venda seria uma represália a uma quadrilha que não tinha pago um resgate para a liberação de um preso. A informação consta na denúncia do MP.
O relatório de inteligência da PF aponta que os policiais civis exigiram R$ 500 mil para liberar um homem que teria sido preso e conduzido à Cidade da Polícia.
Policiais civis são presos por tráfico de drogas
No entanto, em razão de não ter recebido o valor integral, como forma de vingança, em momento posterior, a equipe da DRFC teria apreendido 31 fuzis da facção e vendido 29 para a facção rival. Depois, teriam formalizado a apreensão de apenas 2 fuzis e drogas.
Quem são os presos
- Alexandre Barbosa da Costa Amazonas, ex-agente da DRFC;
- Eduardo Macedo de Carvalho, ex-agente da DRFC;
- Juan Felipe Alves da Silva, ex-chefe do setor de investigações da DRFC;
- Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão, advogado;
- Renan Macedo Guimarães, ex-agente da DRFC.
Os policiais presos não trabalhavam mais para a DRFC desde setembro, quando houve uma troca de comando na especializada, sendo realocados em diferentes unidades.
0 Comentários