Médicos mortos na Barra: o que se sabe e o que falta esclarecer

Médicos mortos na Barra: o que se sabe e o que falta esclarecer


Ortopedistas tinham vindo de São Paulo para um congresso internacional.

Por Eduardo Pierre, g1 Rio

Criminosos matam médicos em quiosque na Barra

Criminosos matam médicos em quiosque na Barra

Três médicos foram mortos a tiros, e um foi internado baleado, em um ataque na madrugada desta quinta-feira (5) na Barra da Tijuca. A perícia colheu 33 estojos (sobras de projéteis) de pistola calibre 9 mm de cano curto no local do crime, um quiosque. Até a última atualização desta reportagem, não se sabia por que os ortopedistas foram mortos.

Houve motivação política?

Diego Ralf Bomfim, 35 anos, um dos 3 mortos, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do também deputado federal psolista Glauber Braga (RJ).

As autoridades pontuaram que ainda é cedo para afirmar se foi um crime político.

Diego era especialista em Reconstrução Óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Morreu no Hospital Lourenço Jorge.

Quem são os outros 2 mortos?

  • Marcos de Andrade Corsato, 62 anos. Médico assistente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Morreu na hora.
  • Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos: Especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Fez aniversário na terça (3). Morreu na hora.

Quem é o sobrevivente?

Daniel Sonnewend Proença, 32 anos: Formado pela Faculdade de Medicina de Marília em 2016, é especialista em cirurgia ortopédica. Foi levado com vida para um hospital com pelo menos 3 tiros e seria transferido para uma unidade particular. O estado dele era estável na manhã desta quinta.

Médicos mortos tiraram foto antes do crime — Foto: Reprodução/TV Globo

Onde foi o ataque?

O crime foi no Quiosque do Naná, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Barra da Tijuca, entre os postos 3 e 4, em frente ao Hotel Windsor.

Mapa do ataque aos médicos na Barra da Tijuca — Foto: Infografia: Wagner Magalhães/g1

O que as imagens mostram?

  • A câmera de segurança do Quiosque do Naná marcava 00:59:20. Um carro branco para sobre a faixa de pedestres em frente ao estabelecimento.
  • 00:59:22: Três homens começam a descer do veículo: o carona e dois do banco de trás, cada um por um lado. Os médicos aparentemente não percebem os criminosos se aproximando.
  • 00:59:26: Somente quando dois deles chegam bem perto da mesa onde os médicos estavam, começam os disparos.
  • 00:59:27: Perseu, na cabeceira da mesa, tomba para trás, já possivelmente morto. Diego também cai. Marcos morre sentado na cadeira.
  • 00:59:30: Os três atiradores recuam, embora ainda atirando; é possível ver Daniel tentando escapar agachado.
  • 00:59:34: Dois dos criminosos voltam ao carro. O terceiro se aproxima de Daniel e faz mais disparos.
  • 00:59:37: Um dos bandidos que já estavam no veículo retorna ao quiosque e vai até os fundos do estabelecimento, onde volta a atirar.
  • 00:59:39: O outro criminoso no carro também volta e parece ver se Marcos está mesmo morto. O que perseguia Daniel fica atrás do veículo.
  • 00:59:43: Os dois que tinham retornado ao bar correm para o veículo.
  • 00:59:47: O trio embarca, e o automóvel dá a partida.
  • 00:59:55: O carro desaparece do alcance da câmera.

Alguém viu o crime?

Sim, havia mais clientes na hora. Uma delas relatou:

“Não teve conversa, não teve voz de assalto. Simplesmente chegaram e atiraram. E foi muito, muito rápido. Em questão de 30 segundos já tinha acontecido tudo. Então, a gente percebeu que não foi um assalto exatamente. Foi simplesmente uma execução.”

Algo foi levado?

A polícia diz que nada foi roubado.

Quem está investigando?

A Delegacia de Homicídios da Capital.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações.

A Polícia Civil de São Paulo também ofereceu auxílio.

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