Encerramento da plataforma da Meta pressiona organizações a migrarem dados, reestruturarem a comunicação interna e evitarem perdas operacionais

Meta. A empresa diz apoiar o debate sobre uma regulação complementar com “ampla participação da sociedade civil” – Imagem: iStockphoto
Porto Velho, RO - O Workplace, plataforma de comunicação corporativa da Meta, deixará de funcionar a partir de 2026. No entanto, todas as funcionalidades serão desativadas já em 31 de agosto de 2025, o que impõe um prazo curto para que empresas que ainda utilizam o sistema façam a migração dos dados e reestruturem suas rotinas internas.
Utilizado por mais de 7 milhões de pessoas ao redor do mundo, o Workplace se consolidou como uma solução em empresas com operação descentralizada, como varejo, logística, indústria e serviços. O anúncio do encerramento expõe a fragilidade de companhias que dependem de ferramentas externas para conectar suas equipes — muitas vezes espalhadas por diversas unidades, turnos e modelos de trabalho.
Risco aumenta em ambientes com equipes distribuídas
No Brasil, empresas com trabalhadores em campo, em fábricas ou em lojas físicas devem ter atenção redobrada. A falta de uma alternativa estruturada para substituir o Workplace pode gerar perda de alinhamento interno, dificuldade na disseminação de informações e impacto direto na produtividade.
Segundo uma pesquisa da Gallup, 74% dos funcionários que atuam em modelos distribuídos relatam sentir-se desconectados da cultura corporativa. Já um estudo da McKinsey aponta que organizações com comunicação interna bem estruturada apresentam até 25% mais produtividade.
O encerramento do Workplace força uma revisão das práticas de comunicação interna, especialmente em um momento em que o trabalho híbrido e remoto se tornaram permanentes em muitas empresas. A centralização de mensagens, documentos e treinamentos, antes feita na plataforma da Meta, precisa ser retomada em novos sistemas que se adaptem à realidade operacional das companhias.
Migração deve considerar mais do que tecnologia
Especialistas em gestão de pessoas e comunicação organizacional alertam que a substituição da ferramenta não deve se limitar à escolha de um novo software. O fim do Workplace representa uma oportunidade para reavaliar estratégias de engajamento, canais de escuta e integração entre setores.
“Esse movimento obriga as companhias a repensarem o papel da comunicação interna como eixo de sustentação da cultura organizacional, principalmente em estruturas híbridas ou distribuídas”, afirma Leandro Oliveira, diretor responsável pela expansão da plataforma Humand no Brasil.
Também será necessário garantir a transferência de dados, o redirecionamento de fluxos de trabalho e a capacitação de equipes para o novo sistema. Empresas que não se prepararem podem enfrentar falhas de comunicação e perda de histórico institucional.
Plataformas corporativas voltadas à realidade brasileira — com foco em mobilidade, simplicidade e gestão de equipes externas — já começam a se apresentar como alternativas. As soluções mais procuradas são aquelas que permitem combinar comunicação, treinamento e cultura organizacional em um único ambiente.
Encerramento exige planejamento técnico e estratégico
A descontinuação do Workplace marca mais do que o fim de um serviço. Ela levanta questões sobre a dependência de grandes corporações de tecnologia e os impactos disso sobre áreas estratégicas como RH, comunicação e operações.
A recomendação de especialistas é que as empresas brasileiras usem os próximos 60 dias para identificar os fluxos que precisam ser mantidos, definir critérios para adoção de uma nova plataforma e iniciar um plano de transição com etapas claras, como backup de dados, testes de usabilidade e envolvimento das lideranças.
Fonte: Carta Capital
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