Subsídio de R$ 80 milhões para empresa de transporte coletivo de Porto Velho gera críticas do vereador Breno Mendes

Subsídio de R$ 80 milhões para empresa de transporte coletivo de Porto Velho gera críticas do vereador Breno Mendes




Vereador Breno Mendes (Avante)

Porto Velho, RO - O vereador Breno Mendes (Avante) voltou a chamar a atenção para os altos valores destinados à empresa JTP Transportes, Serviços, Gerenciamento e Recursos Humanos Ltda, responsável pelo transporte coletivo urbano de Porto Velho (RO).

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar criticou o subsídio de até R$ 80 milhões previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) e nos planos PPA e LDO da capital rondoniense.

Segundo Breno, o valor inicial de R$ 56,6 milhões já consta na LOA, mas poderá ser ampliado em mais R$ 24 milhões, totalizando cerca de R$ 80 milhões em 2026, caso haja suplementações ou remanejamentos orçamentários.

“Eu sou contrário a esse subsídio nesse patamar. Porto Velho tem um orçamento limitado, e quando se destina R$ 80 milhões para o transporte coletivo, tira-se a oportunidade de investir em infraestrutura, esporte, cultura e nos distritos”, destacou o vereador.

Empresa JTP Transportes recebe maior subsídio municipal

A JTP Transportes é a empresa contratada pela Prefeitura de Porto Velho para operar o transporte coletivo urbano.

Desde o início do contrato, a empresa vem recebendo subsídios milionários da administração municipal valores pagos para compensar gratuidades e equilibrar financeiramente o sistema de transporte público.

De acordo com Breno Mendes, a atual previsão orçamentária beneficia desproporcionalmente o setor de transporte, em detrimento de áreas essenciais da cidade.

“Enquanto estamos subsidiando cinquenta e seis milhões aqui na LOA para o transporte coletivo, destinamos apenas novecentos mil reais para os distritos. Isso é uma disparidade enorme”, afirmou o parlamentar.

Vereador defende investimentos em infraestrutura e lazer

Breno Mendes argumenta que os recursos previstos para o subsídio da JTP poderiam ser realocados para infraestrutura urbana, esporte, cultura e lazer.

Ele lembrou que diversos bairros ainda aguardam obras básicas de pavimentação, drenagem e calçamento, especialmente nas zonas Leste e Sul da capital.

“Porto Velho tem várias áreas que foram asfaltadas, mas faltam calçadas, meio-fio e sarjeta. E outras regiões nem começaram a ser atendidas. Esse dinheiro poderia resolver muitos desses problemas”, explicou.

Entre os bairros citados pelo vereador estão Castanheira, Jardim Petrópolis, Três Marias, Igarapé, Lagoa e Nova Esperança, que ainda enfrentam deficiências de infraestrutura.

Emenda tenta redirecionar recursos

Durante as discussões da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), do Plano Plurianual (PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), o vereador Breno Mendes apresentou emendas parlamentares para reduzir o subsídio ao transporte coletivo e redistribuir parte do valor para áreas sociais e estruturais.

O parlamentar também destacou a baixa destinação de recursos para setores importantes, como:

Esporte, cultura e lazer, com verbas consideradas insuficientes;

Superintendência Municipal dos Distritos (SMD), que dispõe de apenas R$ 900 mil para atender todas as comunidades rurais e distritais de Porto Velho.

Subsídio pode atingir R$ 80 milhões até 2026

De acordo com a proposta orçamentária analisada pela Câmara Municipal, o valor destinado ao transporte coletivo poderá chegar a R$ 80 milhões em 2026 — uma soma considerada desproporcional pelo vereador.

A previsão inclui R$ 56,6 milhões na LOA de 2025 e até R$ 24 milhões adicionais em remanejamentos, conforme autorizado pela legislação orçamentária.

Debate sobre prioridades orçamentárias continua

O tema do subsídio à JTP Transportes deve continuar sendo debatido nas próximas sessões e audiências públicas da Câmara Municipal.

Breno Mendes afirmou que continuará fiscalizando o uso dos recursos públicos e defendendo o redirecionamento do orçamento para obras e serviços que impactem diretamente a qualidade de vida dos moradores.

“Não sou contra o transporte coletivo. Sou contra o exagero no valor. Porto Velho precisa investir em ruas, calçadas, esporte e cultura. A cidade não pode ficar refém de um único contrato milionário”, concluiu.



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