Confúcio Moura alerta para o uso indiscriminados de medicamentos antidepressivos e diz que a situação se tornou caso de saúde pública

O parlamentar disse ser assustador a quantidade de pessoas hoje dependentes do uso de remédios para dormir e que as autoridades em saúde pública devem enfrentar o problema

Depois de quase dois anos sem utilizar a Tribuna do Senado Federal, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) voltou a falar no Plenário da Casa nessa quinta-feira (07), e nessa primeira manifestação presencial, abordou o assunto na área de saúde e alertou para o uso indiscriminados de medicamentos antidepressivos pela população brasileira.

Na sua fala, o parlamentar fez um pequeno retrospecto de como no passado os pais e avós tratavam as pessoas quando tinham uma insônia, quando passavam por um nervosismo, quando tinham um aborrecimento em casa. Segundo ele, era sempre recomendado um chá de camomila, de erva-cidreira, uma boa conversa, uma história e as pessoas se acalmavam.

De acordo com o senador, hoje em dia, é enorme a quantidade de remédios calmantes, antidepressivos utilizados pelo povo brasileiro. “É assustadora a quantidade de pessoas hoje dependentes do uso de remédios para dormir! Isso é um problema, já, de saúde pública!”, alertou o parlamentar.

Confúcio Moura, que é médico de formação, lembrou que os medicamentos visam combater doenças, mas eles estão provocando doenças e ninguém mais retorna aos costumeiros usos dos “remédios caseiros” utilizados amplamente no passado. “Esses antidepressivos, dentre eles, o Rivotril, os diazepínicos e outros tantos remédios utilizados largamente hoje em dia, logo, logo, provocam dependência e as pessoas ficam, assim, como zumbis da noite”, disse.

O senador informou que o exemplo típico de dependência rápida e fácil é do Zolpidem. “No caso do Zolpidem, a pessoa toma um remedinho à noite para ajudar a dormir, para conciliar o sono; amanhã, toma dois; daí a pouco, cinco; daí a pouco, toma 20 comprimidos à noite e fica perambulando pela casa, conversando com o passado, com ancestrais, pais, avós como se estivessem ali presentes”, lamentou o senador.

Principalmente após a pandemia houve um aumento significativos da utilização desses “remédios”, disse o parlamentar e observou, também, que até mesmo nas escolas, com o retorno às aulas presenciais, o índice de violência aumentou bastante. O senador disse que há a necessidade, e a Comissão de Educação já está providenciando, de audiências públicas com especialistas para se discutir a situação das crianças no retorno às aulas. “Desacostumados do convívio com os colegas, a agressividade, a hostilidade e a falta de camaradagem têm sido a tônica verificada pelos professores e pelos diretores de escolas”, relatou.