Líder dos combatentes afirmou neste domingo (8) que a situação está complicada, mas que os resistentes ainda têm água, munição e armas pessoais para se defender


Complexo siderúrgico de Azovstal é um reduto da resistência ucraniana contra a Rússia

Complexo siderúrgico de Azovstal é um reduto da resistência ucraniana contra a Rússia

AFP/ANDREY BORODULIN

As forças ucranianas entrincheiradas no complexo siderúrgico de Azovstal, último reduto da resistência contra o exército russo na devastada cidade portuária de Mariupol, no sudeste ucraniano, disseram neste domingo (8) que não irão se render.

"Render-se não é uma opção porque, para a Rússia, as nossas vidas não importam", disse Ilya Somoilenko, oficial de inteligência do batalhão Azov, durante coletiva de imprensa transmitida por vídeo.

"Nós, todo o pessoal militar na guarnição de Mariupol, somos testemunhas dos crimes de guerra que têm sido cometidos pela Rússia, pelo exército russo", acrescentou.

"Todos os nossos suprimentos são limitados. Porém, temos água. E ainda temos munição. Temos nossas armas pessoais. Lutaremos até que a situação se resolva da melhor maneira possível", afirmou Samoilenko, que falou em ucraniano e em inglês durante a coletiva.

Muitos civis estiveram ao lado dos combatentes ucranianos, vivendo em condições extremas, até que as últimas mulheres, crianças e idosos foram retirados de Azovstal no sábado (7), segundo o governo ucraniano.

De acordo com Kiev, as operações de retiradas dos civis, auxiliadas pela ONU e pela Cruz Vermelha, permitiram que 500 pessoas deixassem o local em uma semana.

Mariupol, uma cidade portuária no sudeste da Ucrânia, tinha cerca de 500.000 habitantes antes da guerra e ficou quase que totalmente destruída de dois meses para cá, após os bombardeios russos.