Sem garantir o objetivo de limitar o aquecimento global a +1,5° C, 200 países selaram o "Pacto Climático de Glasgow"

Britânico Alok Sharma presidiu as negociações

Britânico Alok Sharma presidiu as negociações

EFE/EPA/ROBERT PERRY - 4.11.2021

Cerca de 200 países reunidos na COP26 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas) firmaram neste sábado (13) o "Pacto Climático de Glasgow" para acelerar o combate às mudanças climáticas e traçar as bases de um futuro financiamento, mas sem garantir o objetivo de limitar o aquecimento global a +1,5° C.

A aprovação final do texto, após duas semanas de difíceis negociações, foi selada pelo martelo do britânico Alok Sharma, membro do Parlamento do Reino Unido, que presidiu as negociações.

Com o novo pacto, a meta global continua de limitar o aquecimento a +2,0º C, taxa firmada no Acordo de Paris, em 2015. O pacto ainda afirma que para atingir a meta otimista de reduzir o aquecimento em 1,5º C, as emissões de dióxido de carbono teriam que ser reduzidas em 45% até 2030 e a 0 até a metade deste século. 


Para possibilitar a redução de emissões, o acordo também urge que os países desenvolvidos cumpram a meta de juntar pelo menos US$ 100 bilhões por ano para financiar ações contra ações climáticas pelo mundo. 


No encontro, o Brasil, por meio do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, se comprometeu a reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 50% até 2030. O presidente Jair Bolsonaro também participou do encontro e afirmou que o país "é parte da solução para superar esse desafio global”.

A aprovação do pacto veio cerca de três meses depois de um relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), da ONU, apontar a aceleração do aquecimento global e concluir que o fenômeno é causado principalmente pela ação humana.


O órgão ainda estima que por volta de 2030 a temperatura média do planeta seja 1,5 ºC ou 1,6 ºC maior, o que vai aumentar a ocorrência de eventos climáticos extremos.  


O evento foi ocorreu entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia. A COP é organizada pela ONU anualmente desde 1995, com exceção de 2001 e 2019, quando teve duas edições, e em 2020, ano no qual a pandemia da Covid-19 impediu que a Escócia sediasse a conferência.


Para esta edição, a ONU tinha quatro grandes objetivos para serem colocados na discussão entre as delegações mundiais presentes no evento. O primeiro objetivo das Nações Unidas é que os países se comprometam a reduzir drasticamente a emissão de gases nocivos à Terra até 2030.


A ONU também busca propor que as nações se adaptem para proteger comunidades e habitats, criando uma grande união entre os países para que trabalhem em conjunto. Para atingir esses objetivos, a ONU estima que os países devem mobilizar ao menos 100 bilhões de dólares anualmente até 2030 para a luta contra as consequências do efeito estufa.



O evento deste ano também serviu reunir os líderes mundiais presentes no Acordo de Paris e no Protocolo de Kyoto para debaterem estes tratados, ambos em prol da redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa.


Uma das novidades da COP26, inclusive, foi o retorno dos Estados Unidos como participante no Acordo de Paris, sob liderança do presidente Joe Biden.