Total de internações subiu pelo décimo dia consecutivo, à medida que o país se preocupa com uma quinta onda da pandemia

Profissional da saúde enfrenta a pandemia de Covid-19 no hospital Santa Maria de Lisboa

Profissional da saúde enfrenta a pandemia de Covid-19 no hospital Santa Maria de Lisboa

MARIO CRUZ/EFE

O total de doentes internados com o novo coronavírus em hospitais portugueses aumentou na última terça-feira (16) pelo décimo dia consecutivo, atingindo 486 internados, o número mais elevado dos últimos dois meses, à medida que aumenta a preocupação acerca de uma quinta onda.

De acordo com o último boletim da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Portugal soma 1.693 novas infecções e nove mortes, acumulando 1.110.155 casos confirmados e 18.274 mortes desde o início da pandemia. São 80 pacientes em unidades de terapia intensiva, quatro a mais em relação a segunda-feira.

A incidência de 14 dias, atualizada pela última vez na segunda-feira, é de 156,5 casos por 100 mil habitantes e o índice de transmissão Rt — que mede o número de infectados por infectados — é de 1,16.


O governo pensa sobre restrições

Dada a evolução negativa da pandemia nas últimas semanas, o governo português convocou uma reunião com especialistas para a próxima sexta-feira para estudar as restrições.


Ainda assim, o primeiro-ministro, António Costa, dispensou a declaração do estado de emergência, o mais alto nível de alerta do país e que já foi aplicado em duas ocasiões.

“As medidas a serem tomadas com base no risco serão avaliadas”, disse Costa, mas esclareceu que isso será feito “tornando a vida das pessoas o menos difícil possível”.


A ministra da Saúde, Marta Temido, já disse na semana passada que todos os cenários "estão abertos", e a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, afirmou na segunda-feira que não excluem a possibilidade de retorno ao teletrabalho obrigatório.


Alerta de especialistas e médicos

Se na semana passada foi um relatório de vários epidemiologistas que alertou para a possibilidade de ocorrer uma quinta onda em Portugal, na terça-feira os avisos vieram da comunidade médica.



A Ordem dos Médicos advertiu que o indicador que tomam como referência para avaliar a evolução da pandemia aumentou e passou do nível de "alerta" para o de "alarme". Com essa trajetória, eles esperam que ultrapasse o nível chamado "crítico".

Mesmo assim, especialistas preveem que essa onda não causará tantos óbitos quanto as anteriores, graças ao avanço da vacinação.



Portugal, com pouco mais de dez milhões de habitantes, já vacinou 86% da sua população total com o esquema completo e já administra uma terceira dose nos maiores de 65 anos.


Quanto a essa terceira dose, Costa adiantou que 60% dos maiores de 80 anos já a receberam, enquanto 32% do grupo entre 65 e 80 anos tem dose de reforço.