Não é hora de discutir 4ª dose da vacina anti-Covid, diz infectologista

Não é hora de discutir 4ª dose da vacina anti-Covid, diz infectologista

Ciência afirma que não há evidências sobre necessidade de outra dose de reforço. Sociedade de Infectologia se posiciona sobre o tema 

Quarta dose ainda não é recomendada pela ciência

Quarta dose ainda não é recomendada pela ciência

SALVATORE DI NOLFI/EFE/EPA - 05.01.2022

A necessidade de um reforço na imunização contra qualquer doença evitável por meio de vacinas só é apontada a partir da queda de proteção conseguida anteriormente por um esquema vacinal completo. No caso da Covid-19 não é diferente, e a pessoa é considerada protegida a partir da aplicação de três doses de imunizante.

Enquanto algumas cidades e estados brasileiros programam a aplicação da quarta dose para conter a pandemia, especialistas e o Ministério da Saúde afirmam que ainda não é a hora de discutir ou indicar mais uma aplicação.

"Não há nenhuma evidência de que temos de dar a quarta dose a ninguém. Se for notado que os indivíduos que receberam as três doses, passado um determinado tempo, começaram a perder a proteção, aí é recomendado o reforço com a melhor vacina que estiver disponível à época", explica Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

"Hoje, não há nenhuma evidência de perda de proteção. Essa preocupação é completamente extemporânea [fora do tempo apropriado]. É uma discussão que deve ser feita, os profissionais devem ficar de olho nos indicadores. Mas não é o momento de anunciar uma data, como o Governo de São Paulo quer anunciar o dia 4 de abril", acrescenta o infectologista. 

Nesta quinta-feira (10), Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, advertiu que esse tipo de discussão atrapalha. “Essa ansiedade em querer aplicar a quarta dose sem evidência científica também não ajuda no enfrentamento da pandemia. É fundamental avançar a dose de reforço, eu tenho dito e reitero.”

A SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) divulgou uma nota oficial nesta sexta-feira (11) em que afirma que a preocupação do PNI (Plano Nacional de Imunizações) deve ser a aplicação da terceira dose.

"Devemos, sim, insistir junto à população que procure os postos de vacinação espalhados em território nacional para que possam ser regularizados o esquema básico e a dose de reforço, a fim de realmente ocorrer benefício no tocante a internação e mortalidade. Esses dados de vida real são bem cristalinos, evidenciando que os pacientes vacinados com três doses geralmente estão apresentando sintomas leves e transitórios. Em contrapartida, aqueles que não fizeram uso do esquema vacinal completo estão sob maior risco de internação e com risco de óbito", divulgou a SBI por meio da assessoria de imprensa. 

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