Sistema de mísseis Patriot dos EUA usado em uma missão de treinamento conjunto com Israel em 2018.  — Foto: Getty Images via BBC
1 de 1 Sistema de mísseis Patriot dos EUA usado em uma missão de treinamento conjunto com Israel em 2018. — Foto: Getty Images via BBC

Sistema de mísseis Patriot dos EUA usado em uma missão de treinamento conjunto com Israel em 2018. — Foto: Getty Images via BBC

Ucrânia receberá o avançado sistema de mísseis de defesa Patriot construído nos Estados Unidos para tentar conter os ataques russos, confirmou a Casa Branca antes da visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Washington na quarta-feira (21).

Desde o início da guerra, em fevereiro, muitas defesas aéreas ocidentais foram enviadas — desde mísseis portáteis Stinger, lançados a partir do ombro, até sistemas mais avançados guiados por radar e detecção de calor. Todos fornecem um nível abrangente de proteção contra diferentes ameaças.

Os mísseis Patriot são outro passo nesse mesmo caminho — e um que vai desafiar Moscou.

Eles não são uma bala de prata, mas são extremamente eficazes (e caros). Um míssil Patriot custa cerca de US$ 3 milhões (R$ 15,6 milhões) — três vezes o custo de um míssil em um NASAMS (Sistema avançado de mísseis superfície-ar). Dois desses equipamentos estão em operação na Ucrânia há várias semanas.

A nova bateria de mísseis Patriot "será um recurso crítico para defender o povo ucraniano contra os ataques bárbaros da Rússia à infraestrutura crítica da Ucrânia", disse a Casa Branca em um briefing à imprensa.

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Os Patriots foram usados contra os mísseis Scud de fabricação russa no Iraque durante a primeira Guerra do Golfo e têm sido continuamente desenvolvidos desde então pela Raytheon Technologies. Eles vêm em baterias que incluem um centro de comando, uma estação de radar para detectar ameaças e lançadores.

Os alcances do alvo variam entre 40 km e 160 km, dependendo do tipo de míssil usado. E eles são chamados de sistemas de "defesa de ponto": geralmente projetados para defender áreas específicas, como cidades ou infraestruturas importantes — em outras palavras, são ativos valiosos.

Nenhuma tropa dos Estados Unidos ou da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pode operar esses sistemas dentro da Ucrânia, então, como com outras armas ocidentais, as forças ucranianas terão que ser treinadas para usá-los — e esse treinamento ocorrerá fora do país.

Isso já pode estar em andamento, e os militares americanos disseram que expandirão para as forças ucranianas na Alemanha a partir de janeiro.

Moscou chamou qualquer plano de enviar Patriots de "uma provocação" e uma expansão do envolvimento militar dos Estados Unidos na Ucrânia. A Rússia indicou que tais mísseis se tornariam o que chamou de "alvos legítimos" para ataques, algo que já foi dito antes nesta guerra.

É difícil dizer exatamente qual efeito os sistemas Patriot terão. Eles certamente fornecerão uma camada adicional de proteção, mas seu tamanho e custo significam que poucas unidades poderão ser enviadas.

O que está claro é que os envelhecidos sistemas de mísseis terra-ar da Ucrânia, construídos na Rússia, estão sendo gradualmente substituídos por armas mais modernas fornecidas pelo Ocidente, e isso proporcionará conforto para Kyiv, mas fará soar um alarme em Moscou.