Lula também deve confirmar o nome do senador Carlos Fávaro (PSD-MT) para o Ministério da Agricultura. Uma outra cadeira estratégica tende a ser definida nas próximas horas, com o anúncio de outro senador, Jean Paul Prates (PT-RN), para a presidência da Petrobras.
Além de formalizar escolhas para postos que já estão pacificados, o presidente eleito vai retomar as conversas com os representantes dos partidos de centro. A adesão dessas legendas é considerada por Lula fundamental para que ele tenha governabilidade no Congresso. Nesse cenário, ele tenta atrair União Brasil, MDB e PSD. Até agora, Lula já anunciou 21 dos 37 ministros que o futuro governo terá.
As negociações com o União Brasil estão avançadas. O petista já ofereceu o Ministério da Integração Nacional ao partido, que deverá entregá-lo ao deputado Elmar Nascimento (União-BA), que foi relator da PEC da Transição. A proposta garantiu espaço no orçamento de 2023 para que Lula possa cumprir promessas de campanha, como a manutenção do Bolsa Família de R$ 600. A costura, entretanto, passa por contemplar não apenas os caciques do União. Além de ocupar o posto de líder do partido na Câmara, Elmar é aliado de primeira hora do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), com quem Lula tenta pavimentar uma relação harmônica.
A cúpula do União pleiteia, porém, mais de uma cadeira de destaque na Esplanada. Quer um outro ministério para abrigar um representante da legenda no Senado. Para esse posto, o favorito é o ex-presidente da Casa Davi Alcolumbre (AP), atual líder da bancada.
Veja ministros já anunciados por Lula e nomes cotados para assumir demais ministérios
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As conversas com o MDB também têm frentes distintas. O partido pretende emplacar o senador eleito e ex-governador de Alagoas Renan Filho (MDB) no Ministério dos Transportes. Ele é filho do ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL), que está em seu quarto mandato na Casa. A sigla também negocia a indicação para o Ministério das Cidades. A pasta desperta o interesse de Simone Tebet. A cúpula do MDB tenta acertar com Lula que Tebet ingresse no governo como cota pessoal do petista. Dessa forma, a legenda poderia apresentar outro nome para Cidades, que seria entregue a um emedebista da Câmara.
Na última sexta-feira, Lula voltou as atenções para resolver os casos de Simone Tebet e Marina Silva, dois personagens que ele pretende levar para o governo. Ambas eram cotadas para o Ministério do Meio Ambiente. Lula tentou acomodar Marina na Autoridade Climática, órgão que será criado, mas ela recusou a possibilidade de assumi-lo.
Como mostrou O GLOBO, o presidente eleito embarcou para São Paulo na companhia de Tebet. Diante da recusa de Marina, ele tentou convencer a senadora a ficar com o Ministério do Planejamento, o que não a agrada. Ela gostaria de ocupar uma cadeira que lhe garantisse a possibilidade de implementar políticas públicas de maior visibilidade. Sua preferência era assumir o Ministério de Desenvolvimento Social, para o qual foi escolhido o senador eleito Wellington Dias (PI-PT).
Segundo interlocutores do presidente eleito, além de fechar a equipe do primeiro escalão, Lula se dedicará a definir quais os seus primeiros atos após tomar a posse. Na semana passada, o relatório do grupo de transição fez uma série de sugestões para que a nova gestão reveja atos sobre acesso às armas, assim como medidas voltadas a setores como meio ambiente, educação, igualdade racial e privatização. O petista também deve desenhar a agenda de encontros com chefes de Estado que virão a Brasília para acompanhar a posse.
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