Equipe do Jornal Nacional percorre a Barra do Sahy, uma das áreas mais devastadas pela enchente

Equipe do Jornal Nacional percorre a Barra do Sahy, uma das áreas mais devastadas pela enchente

Só as equipes da Marinha e helicópteros conseguem chegar na praia. Moradores da região se ajudam nas buscas por desaparecidos.

Por Jornal Nacional

Barra do Sahy, em São Sebastião, concentra maioria das vítimas do temporal

Barra do Sahy, em São Sebastião, concentra maioria das vítimas do temporal

A Barra do Sahy é uma das praias da cidade de São Sebastião. E chegar até lá nesta segunda-feira (20) foi um desafio. Rodovia Rio-Santos sumiu no meio dos deslizamentos, em diferentes pontos. Depois de mais de 20 minutos de caminhada, a equipe do Jornal Nacional conseguiu chegar a um deles.

Todo o morro veio abaixo e cobriu as duas pistas da rodovia. Há mais ou menos dois metros de terra - e isso se estende por vários quilômetros.

A equipe de reportagem pegou carona num barco para tentar chegar à Barra do Sahy, mas não deu certo. O mar estava muito agitado e não foi possível descer. Uma lancha foi alternativa, mas também não foi possível se aproximar da praia por causa das ondas.

Só as equipes da Marinha e os helicópteros conseguiram chegar na praia.

“A gente agora conseguiu embarcar num bote da Marinha. E a gente vai fazer o restante do trajeto com esse bote. Porque as ondas estão muito fortes e o barco não consegue se aproximar”, relata o repórter Bruno Tavares.

Só depois de cinco horas, a equipe conseguiu pisar na praia de Barra do Sahy. Um trajeto que em condições normais leva duas horas e meia. Logo na chegada foi possível ver os sinais de destruição. Telefonia tem, mas energia elétrica não. Muitos postes caíram (veja no vídeo acima).

O ginásio e o prédio administrativo da ONG Verdescola se transformaram num hospital de campanha. Também serve de base para as equipes de resgate, que procuram vítimas e sobreviventes na Vila Sahy.

"Infelizmente foi um momento assustador pra todos. Parecia um dilúvio, parecia o fim do mundo", relata um morador.

As casas mais atingidas foram as que ficavam perto das encostas, onde os terrenos e os aluguéis custam mais barato na comparação com os imóveis que estão mais perto da Rodovia Rio-Santos.

A prefeitura de São Sebastião ainda não terminou de contar os desabrigados.

“A gente ta aqui sem água, sem sinal de internet, sem telefone, sem comida, então a coisa aqui é crítica”, diz uma das vítimas.

Desde domingo (19), os moradores de Vila Sahy se ajudam nas buscas por desaparecidos.

"Aqui era um corgo né? Tinha um corgo. O rio que desce da mata. E a maioria das casas aqui - que era aqui de cima, era do meu irmão, as 6 casas que ele tinha - todas elas tá aqui nesse córrego aqui", conta o morador Edson dos Santos.

Um vídeo gravado pela Polícia Militar mostra o resgate de pessoas que ficaram ilhadas neste domingo. Só às 15h desta segunda, as primeiras equipes de socorro conseguiram acessar por terra à Vila Sahy, onde está a maior parte das vítimas. Também no fim da tarde as doações começaram a chegar.

Moradores tentam cortar troncos para terem acesso em São Sebastião — Foto: Bruno Tavares/TV Globo

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