'Grande destruição do território, garimpo infinito', diz ministra após visitar Terra Yanomami

'Grande destruição do território, garimpo infinito', diz ministra após visitar Terra Yanomami

A ministra está em Roraima desde o último sábado (4) para acompanhar a crise sanitária e humanitária que o povo Yanomami enfrenta devido ao avanço do garimpo ilegal Guajajara anunciou as medidas que o governo federal vai adotar para conter a crise

Por Samantha Rufino e Caíque Rodrigues, g1 RR — Boa Vista

Ministra dos Povos Indígenas esteve no território nessa segunda-feira (6) — Foto: Leo Otero/Divulgação
1 de 2 Ministra dos Povos Indígenas esteve no território nessa segunda-feira (6) — Foto: Leo Otero/Divulgação

Ministra dos Povos Indígenas esteve no território nessa segunda-feira (6) — Foto: Leo Otero/Divulgação

"O que está sendo noticiado ainda está longe de mostrar a realidade com essa presença tão forte de garimpeiros com uma grande destruição do território, é muito garimpo, é garimpo infinito". Esta foi a declaração da ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara após visitar a Terra Indígena Yanomami nessa segunda-feira (6).

A ministra está em Roraima desde o último sábado (4) para acompanhar a crise sanitária e humanitária que o povo Yanomami enfrenta devido ao avanço do garimpo ilegal. Após sobrevoar o território, ela concedeu uma entrevista em uma coletiva de imprensa.

"Os Yanomami não tem como beber água, não tem água limpa para beber e com quem a gente conversou ali eles imploraram que eles querem limpar aquela água, eles querem água para beber, não tem. As condições sanitárias, de higiene totalmente precárias. Há comunidades que você não consegue mais discernir o que é a comunidade indígena e o que é garimpo porque as vilas de garimpo estão maiores que a comunidade."

Guajajara chegou no domingo à base Surucucu, dentro da terra indígena, onde acompanhou as missões promovidas para levar assistência médica de emergência e suprimentos aos indígenas. Na segunda, ela visitou comunidades no entorno.

Ministra dos Povos Indígenas durante uma coletiva nesta segunda-feira (6) — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

Além de avaliar a situação da Terra Yanomami, Sonia Guajajara anunciou as medidas que o governo federal deve adotar para conter a crise. Entre elas está a construção do Hospital de Campanha dentro do território, para evitar remoções para Boa Vista, uma medida adiantada por Lula em visita ao estado em janeiro deste ano.

No entanto, a construção do hospital depende das condições climáticas reforma da pista de pouso que dá acesso ao polo base de Surucucu, unidade referência em saúde do território. Em caso de boas condições, o prazo é de duas semanas, caso contrário, será em três semanas.

"O batalhão do exército informou que já tem todos os equipamentos e estruturas para concluir a reforma dessa pista e assim, após essa conclusão, irá ser instalado o hospital de campanha lá na base de Surucucu para começar esse atendimento de forma mais ampliada e evitar essa saída dos pacientes a todo momento para Boa Vista", explicou.

Desde o dia 16 de janeiro, equipes do Ministério da Saúde e Força Aérea Brasileira (FAB) atuam na remoção de pacientes em estado grave da Terra Yanomami. Eles são trazidos para Boa Vista e são levados para o Hospital Geral de Roraima, no caso de adultos, e as crianças para o Hospital Santo Antônio.

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