Os exportadores brasileiros não precisarão passar pelo dólar para fazer suas transações comerciais com a China. Um acordo entre os dois Bancos Centrais foi anunciado hoje, pelo Ministério da Fazenda, durante um seminário em Pequim.
O anúncio foi feito por Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. "Esse é um esforço para reduzir os custos de transação", disse.
O evento deveria marcar a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na China, com a presença de mais de 240 empresários. Mas, por conta de uma pneumonia, Lula foi obrigado a adiar a viagem.
Praticamente todos os anúncios que seriam feitos foram também adiados, inclusive tratados sobre tecnologia.
Mas, durante o encontro, o governo federal explicou que o novo entendimento cambial tem como meta ajudar a reduzir os custos entre os dois países.
Não se trata de uma obrigação. Para o exportador que desejar, o comércio pode continuar sendo realizado em dólares. Mas para aqueles que optarem por realizar a venda entre reais e yuan, uma espécie de caixa será estabelecida no Brasil para garantir a conversão e a liquidez entre as duas moedas.
A "clearing house" deve ser estabelecida em um banco chinês no Brasil, que passou a ser designado pelo BC de Pequim.
A China conta com o mesmo sistema em diversos países do mundo, entre eles Chile e Argentina.
Se a meta é reduzir os custos da transação, Pequim considera tal iniciativa como uma tentativa de reduzir sua dependência e exposição em relação à moeda americana, principalmente diante da tensão cada vez maior entre os EUA e a China na disputa pela hegemonia em diversas regiões.
Segundo o Ministério da Fazenda, a iniciativa já tinha sido fechada entre os dois bancos centrais no final de janeiro. Mas só agora está sendo anunciado.
A China é o maior destino das exportações nacionais, com um peso determinante para o superávit comercial do Brasil.
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