Bolsonaro vai ao Senado e fala sobre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid: 'Cada um siga a sua vida'

Bolsonaro vai ao Senado e fala sobre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid: 'Cada um siga a sua vida'


Ex-ajudante de ordens do ex-presidente está preso por suposta falsificação de cartão de vacina para beneficiar Bolsonaro. Ex-presidente afirmou ainda que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro 'nunca viu' as joias sauditas.

Por Sara Resende e Vinícius Cassela, TV Globo e g1 — Brasília

Bolsonaro sobre Mauro Cid: 'Peço a Deus que ele não tenha errado'

Bolsonaro sobre Mauro Cid: 'Peço a Deus que ele não tenha errado'

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi ao Senado na tarde desta quinta-feira (18). Ele visitou o gabinete do filho senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e falou com a imprensa. Questionado sobre o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, Bolsonaro respondeu: "Cada um segue a sua vida".

Cid está preso há 15 dias. Ele foi alvo de operação que investiga fraudes em cartões de vacinação para beneficiar Bolsonaro, familiares e pessoas próximas.

Mais cedo nesta quinta, Cid foi à Polícia Federal prestar depoimento. Mas optou por ficar em silêncio. Bolsonaro foi questionado sobre o caso.

"Não tenho conversado com ele. Isso aí está em segredo de Justiça. Apesar de vazar, está em segredo de Justiça. O que eu vi agora no rodapé de uma TV é que ele ficou em silêncio. Isso é ele com o advogado dele", afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro também foi alvo da operação sobre fraude no cartão de vacina. A polícia fez buscas e apreensões na casa do ex-presidente.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, na saída do Senado, falou com a imprensa — Foto: Reprodução

De acordo com as investigações, foi inserida no sistema do Ministério da Saúde a informação falsa de que Bolsonaro, a filha e pessoas próximas se vacinaram. A suspeita é que o esquema buscava viabilizar viagem da família para o exterior.

O entorno político de Bolsonaro teme que Cid faça uma delação premiada e conte o que sabe em troca de relaxamento de eventual pena. Ao longo dos 4 anos de mandato, Cid, tenente-coronel do Exército, foi um dos assessores mais próximos do ex-presidente.

"Ele [Cid] é um excelente oficial do exército brasileiro, jovem ainda, forças especiais, comandos, paraquedistas, primeiro lugar de quase todo curso que fez, tem dado o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado. E cada um siga a sua vida", afirmou Bolsonaro.

"Falando de vacina minha, não tinha exigência de eu entrar nos Estados Unidos e estar vacinado", completou.

Defesa de Bolsonaro diz que possível delação de Cid não preocupa

Defesa de Bolsonaro diz que possível delação de Cid não preocupa

Eleições 'superadas'

Bolsonaro afirmou que as eleições de 2022 estão superadas.

O ex-presidente disse que pretende "colaborar" com o país, apesar de não "simpatizar" com o atual governo.

Afirmou ainda que só vai discutir as eleições de 2026 depois de 2024, quando são disputadas as prefeituras.

"Nós queremos é colaborar para que o Brasil não fracasse, não afunde. Repito, eleições de 22 página virada. Temos conversado com o partido [PL] para a gente ver a nossa estratégia para o ano que vem, prefeitos e vereadores pelo Brasil todo. 26 só se discute depois de 24. Trazer para normalidade, sem rancor da nossa parte".

De acordo com ele, a bancada do PL não vai dificultar a votação da nova regra fiscal na Câmara.

"Está votando aqui o arcabouço fiscal. Não é da nossa parte ideia de impedir qualquer votação. PL é um partido grande na Câmara, são 99 parlamentares. A gente não vai fazer uma reação, uma oposição radical. Não é isso. A gente vai ajudar, apesar de não simpatizarmos com o governo que já sabemos como agiu no passado".

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