Motoristas de carros e motos por aplicativos paralisam atividades em Manaus

Motoristas de carros e motos por aplicativos paralisam atividades em Manaus


Ainda não há um levantamento do percentual de motoristas que pararam as atividades

Giovanna Marinho
Eles estão concentrados ao lado do Sambódromo (Foto: Junio Matos)

Eles estão concentrados ao lado do Sambódromo (Foto: Junio Matos)

“Não estamos brigando com os passageiros, estamos brigando com as plataformas”. Assim centenas de motoristas de carros e motocicletas por aplicativo paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira (15). Uma faixa da Av. do Samba, bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste de Manaus foi fechada pelos veículos. Os trabalhadores requisitam taxas maiores de faturamento e medidas de segurança das plataformas. 

Líder da equipe 01 Abtibol, Júnior Abtibol, reforça que as plataformas têm prezado pelo passageiro, mas não pelo motorista. Além da baixa porcentagem da tarifa repassada aos trabalhadores, a insegurança tem aumentado e não há medida de amparo tanto em relação à manutenção do veículo em caso de acidente quanto em caso de assaltos, por exemplo. 

“É uma paralisação nacional. Estamos reivindicando melhorias. Elas [plataformas] não dão valor pra nós, elas dão valor ao passageiro. Elas exigem muitas coisas, mas esquecem de nós. Muitos de nós estão morrendo por falta de segurança na plataforma, se não for nós fazer nossa segurança, com Drive social, com rádio de monitoramento, a gente estaria perdido”, apontou o motorista por aplicativo. 

Os profissionais estão com uma lista de reivindicações (Foto: Junio Matos)

 A mobilização ocorre em várias capitais do país e na capital amazonense também há movimentação na Bola do Produtor, Zona Leste. Durante discurso houve uma “salva de vaias” aos motoristas que não se união a categoria na greve. 

Dentre as reivindicações estão o pagamento de R$ 2 por quilômetro, fotos do passageiro para o motorista, psicólogo após assalto, assessoria jurídica após assalto, valor pelo cancelamento de R$ 5, tempo de espera de 3 minutos, auxílio funeral e o valor da taxa mínima a R$ 12. 

“Queria deixar aqui, não sei se o prefeito está me ouvindo, mas se estiver nome ouvindo queria que ele viesse até a gente para estar regulamentando a nossa situação como está fazendo com os mototaxistas. Queremos ser inclusos nesse projeto”, membro da Central Unica dos Trabalhadores do Aplicativo, Marley Jader.

 Mobilização

 Por volta das 10h os grevistas que se concentravam na Bola do Produtor, se uniram as equipes que estavam na Av. do Samba. Cerca de 50% dos 80 mil motoristas e motociclistas por aplicativos que atuam em Manaus cruzaram os braços em busca de melhores condições de trabalho como o motociclista, Eduardo Basílio de Souza. Ele vive somente do que ganha pelas plataformas e sugere que a solução para o problema venha da própria prefeitura. 

“Por que o prefeito não faz um aplicativo só para nós, tanto pra carro como aplicativo? Manaus é muito grande. Se o prefeito colocar, nós temos condições [de circular no app]. [Prefeito] Faça um aplicativo para nós. Vai facilitar para todo mundo. Esquece 99, esquece Uber, já que eles não olham pra nós”, sugeriu o motociclista.

Atualmente, as plataformas cobram uma taxa média de 30% o valor da corrida e a quilometragem custa cerca de R$ 1. Ou seja, uma corrida de 10 quilômetros, ao valor de R$ 10, terá uma taxa de R$ 3 para o administrador do aplicativo. Os motoristas pedem o dobro por quilômetro, ou seja, R$ 2, para compensar o aumento dos custos para manutenção do veículo. 

“Tudo aumenta, só a nossa categoria que não continua o preço mínimo de R$ 4,30, às vezes corrida gratuita e estamos aqui atrás de melhores condições para nossa categoria porque querendo ou não com a crise que veio aí ficou ruim para todo mundo, mas a gente que carregam metade da população, leva o alimenta, leva o medicando e nós não vemos melhora. Todo dia tudo aumenta é um taxa miserável sobre a gente e a gente quer uma melhoria porque somos pais de família”, disse o motoristas membro do grupo Feras no Asfalto, Flaviano Borges. 

Os preços praticados atualmente, em conjunto com as taxas do aplicativo, tornou difícil a continuidade das atividades. Na busca de uma renda melhor o motociclista , José Thomé da Cruz concilia o trabalho no app com a atividade de mototaxista, mesmo com atuando em duas frentes, segundo ele, “não está dando para sustentar a família e nem a moto”. 

“Quando uma moto dessa quebra, nós gastamos de mil a mil e quinhentos reais. As corridas não estão suprindo a nossa necessidade. A Uber, a 99,o Indrive estão só ganhando nas nossas costas, ficando rico, enquanto isso está trabalhando dobrado para ganhar pouco dinheiro”, disse Borges que é contra a estipulação de um salário para os motoristas por acreditar que não seria possível suprir despesas a depender valor.

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