Dólar fecha em R$ 4,80 após divulgações do Fed e da S&P e segue no menor patamar em um ano

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Cédulas de dólar — Foto: bearfotos/Freepik
1 de 1 Cédulas de dólar — Foto: bearfotos/Freepik

O que está mexendo com os mercados?

O mercado manteve suas atenções voltadas à decisão de juros do Federal Reserve (Fed), divulgada nesta quarta-feira.

A autoridade monetária norte-americana decidiu interromper o ciclo de alta de juros do país, mantendo o referencial em uma faixa de 5% a 5,25%. A decisão veio após 10 altas consecutivas — o que elevou a taxa ao maior nível desde 2007.

A decisão veio em linha com as estimativas do mercado e, segundo a autarquia já vinha sinalizando, reflete os níveis ainda altos da inflação norte-americana.

"Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica segue crescendo em ritmo modesto. Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação continua elevada", disse o Fed em comunicado.

A autoridade monetária também afirmou que "manter o intervalo da meta estável nesta reunião permite ao Comitê avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária".

Em coletiva de imprensa após a divulgação da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que todas as autoridades do Fed projetam mais aumentos de juros ainda este ano.

Ele também observou que a próxima reunião, em julho, será "ao vivo", com uma possível nova alta na taxa.

Jerome Powell apontou o setor de habitação como um dos desafios da inflação dos Estados Unidos. "A desinflação dos serviços desse setor será um pouco mais lenta do que esperamos", disse.

"A inflação [geral] moderou um pouco desde meados do ano passado", destacou Powell. "As pressões inflacionárias, no entanto, continuam altas."

Nesta quarta-feira, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva. A classificação positiva para o país não acontecia desde 2019.

A empresa também reafirmou o rating de crédito soberano, que reflete a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros, em "BB-".

Essa classificação ainda indica um "grau especulativo" — o que, segundo a agência, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.

O movimento reflete sinais mais claros sobre as políticas fiscal e monetária, que podem acabar beneficiando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

De acordo com a S&P, apesar de o Brasil ainda registrar grandes déficit fiscais, o avanço da atividade e um caminho mais claro para a política fiscal podem resultar em um ônus da dívida do governo "menor do que o inicialmente esperado."

"Nossa visão positiva baseia-se na perspectiva de que medidas contínuas para enfrentar a rigidez econômica e fiscal podem reforçar nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil e reduzir os riscos à sua flexibilidade monetária e posição externa líquida", afirmou a empresa em comunicado.

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