![Porto de Manaus e Manaus Moderna em 16 de outubro de 2023, data em que o Rio Negro atingiu a maior seca em 121 anos — Foto: William Duarte/Rede Amazônica](https://s2-g1.glbimg.com/WzAGba495TfcTiCQ4wSd3rC7uSI=/0x0:5472x3078/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/c/s/b4lalDQF6BKqU0HRk0aw/porto-de-manaus-e-manaus-moderna-em-16-de-outubro-de-2023-data-em-que-o-rio-negro-atingiu-a-maior-seca-em-121-anos-foto-william-duarte-rede-amazonica.jpg)
Porto de Manaus e Manaus Moderna em 16 de outubro de 2023, data em que o Rio Negro atingiu a maior seca em 121 anos — Foto: William Duarte/Rede Amazônica
Após atingir a marca de maior seca da história, nesta segunda-feira (16), o Rio Negro pode estabilizar e voltar a subir apenas em novembro, de acordo com Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) antigo CPRM. A subida do rio que banha Manaus depende da estabilidade do Rio Solimões, em Tabatinga.
Nesta segunda-feira (16), as águas escuras do Rio Negro alcançaram a marca de 13,59 metros. O registro superou o do dia 24 de outubro de 2010, quando o rio chegou a descer para 13,63 metros.
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A seca de 2023 é a maior já registrada em Manaus em 121 anos, de acordo com o Porto de Manaus, que mede o nível do Rio Negro na capital desde 1902.
Régua Rio Negro durante a seca histórica. — Foto: Rede Amazônica
Jussara Cury explicou que a subida do Rio Negro depende de como o Rio Solimões - bacia que banha nove cidades amazonenses e represa 70% do nível de água para o Rio Negro - se comporta.
So Rio Solimões começa a ter mudanças, consequentemente, ela serão sentidas no rio que banha Manaus.
"Já tivemos uma tentativa de voltar a subir, no início de outubro, lá em Tabatinga, e tivemos uma nova recessão agora. Acreditamos que o Solimões saia desse menor nível registrado [-75 cm] e voltaremos a subir até o final dessa semana", disse Cury.
Régua de medição no Rio Solimões durante a seca 2023. — Foto: Rôney Elias/Rede Amazônica
Atualmente, a régua que mede o Rio Solimões, em Tabatinga, começou a apresentar descidas médias menores. Ao g1, Cury apontou que a estabilidade do Alto Solimões será sentida em 25 dias no Rio Negro, ou seja, a partir do dia 10 de novembro.
Rio Solimões, em Tabatinga, durante a seca 2023. — Foto: Rôney Elias/Rede Amazônica
Enquanto os reflexos do Alto Solimões não chegam, o rio que banha Manaus vai continuar a descer, pelo menos, até o fim de novembro.
"O que acontece hoje em Tabatinga vai levar um tempo para acontecer em Manaus. Em torno de 25 dias, a gente trabalha com essa perspectiva. Então, por enquanto, vai continuar o processo de recessão", disse a pesquisadora, ao g1.
Em quase toda a orla da capital, o cenário é o mesmo: o rio "sumiu" e deu lugar a bancos de areia e pequenos filetes de água.
![Imagem William Duarte/Rede Amazônica](https://s2-g1.glbimg.com/jmff0QeOE9FHptmT6cqAvBv3iV8=/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/j/r/Ogqtb7TICNKWM7UjHaTA/ponta-negra-de-manaus-durante-a-cheia-em-manaus-foto-william-duarte-rede-amazonica.jpg)
Os principais pontos turísticos de Manaus tiveram seus cenários alterados pelo fenômeno.
![Imagem Rede Amazônica](https://s2-g1.glbimg.com/cVpNcnldLIDBuuvEgyyFBI9HA7o=/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/e/A/x006ZeQ42DxrAih1geDQ/encontro-aguas-manaus-rede-amazonica.jpg)
Desde o fim de setembro, a Prefeitura de Manaus decretou situação de emergência na capital. Naquele mês, o Rio Negro media pouco mais de 16 metros, três metros a mais do que o registrado atualmente.
No final de setembro deste ano, o Serviço Geológico do Brasil emitiu um relatório em que apontou que o ápice da estiagem só deveria ocorrer nesta segunda quinzena de outubro, o que vai refletir ainda mais no cenário de calamidade da cidade.
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