Crianças são operadas sem sedação por falta de anestésicos na Faixa de Gaza, alerta ONG

Crianças são operadas sem sedação por falta de anestésicos na Faixa de Gaza, alerta ONG


Uma criança palestina ferida em bombardeio israelense é atendida no Hospital Deir al Balah, no sul da Faixa de Gaza, sexta-feira, 27 de outubro de 2023 — Foto: AP - Hatem Moussa
1 de 1 Uma criança palestina ferida em bombardeio israelense é atendida no Hospital Deir al Balah, no sul da Faixa de Gaza, sexta-feira, 27 de outubro de 2023 — Foto: AP - Hatem Moussa

Uma criança palestina ferida em bombardeio israelense é atendida no Hospital Deir al Balah, no sul da Faixa de Gaza, sexta-feira, 27 de outubro de 2023 — Foto: AP - Hatem Moussa

Algumas operações cirúrgicas estão sendo realizadas sem sedação completa dos pacientes na Faixa de Gaza, devido à escassez de produtos anestésicos, alertou a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), no sábado (28). Muitos feridos são crianças e mulheres. 

"Faltam narcóticos, faltam sedativos, faltam opioides. Fazemos muitas operações com meia dose de sedativo, o que é terrível", disse à AFP, Léo Cans, chefe da missão da MSF nos territórios palestinos, que trabalha em Jerusalém e está em contato com suas equipes em Gaza.

“A pessoa não está completamente adormecida quando deveria. Às vezes, para certas operações, é sem anestesia mesmo”, completou Cans.

Cans relatou a operação, esta semana, de “uma criança de 10 anos, que teve que amputar metade do pé esquerdo sob semi-sedação, no chão do hospital, no corredor, porque todas as salas de cirurgia estavam lotadas”.

“A mãe dela estava lá, a irmã dela estava lá. Elas estavam assistindo à operação (...) no chão”, disse ele.

O médico também se referiu ao caso de uma criança de 12 anos que teve 60% do corpo queimado. “Temos que trocar seus curativos (...) Os médicos fazem isto com paracetamol”, para paliar a dor do paciente explicou.

Cans acrescenta que era “muito difícil suportar”, para os profissionais de saúde, obrigados a estabelecer prioridades de acordo com a gravidade das lesões. “Em termos de gestão da dor e do sofrimento, é terrível”, insistiu, pedindo o fim urgente dos bombardeios e o envio de produtos médicos.

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