Passei por um inferno, diz refém israelense libertada pelo Hamas

Passei por um inferno, diz refém israelense libertada pelo Hamas


Yocheved Lifshitz, de 85 anos, uma das duas idosas libertadas na segunda-feira pelo grupo terrorista, costumava ajudar palestinos doentes em Gaza a receber tratamento médico em Israel. O marido dela, Oded, segue refém do Hamas.

Por g1

  • Duas idosas que foram sequestradas pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro foram liberadas nesta segunda após Catar e Egito negociarem.

  • Uma das reféns liberadas, Yocheved Lifshitz, de 85 anos, disse que foi agredida, levada em uma moto e deixada com outros reféns em túneis.

  • Apesar de, inicialmente, ter sido agredida com varas, ela contou que depois recebeu atendimento médico. Sua alimentação foi a base de pepino e queijo.

  • A maioria dos reféns é israelense, mas, segundo as Forças Armadas de Israel, há cidadãos dos EUA, do Reino Unido, da Ucrânia, da Itália e do Brasil.

Idosa libertada pelo Hamas fala em Tel Aviv

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"Passei por um inferno".

A fala é de Yocheved Lifshitz, de 85 anos, uma das duas idosas libertadas na segunda-feira (23) pelo Hamas. Lisfshitz foi a primeira refém a falar publicamente após ser colocada em liberdade desde o início da guerra entre o grupo terrorista e Israel.

Em um hospital em Tel Aviv, ela contou a jornalistas nesta terça-feira (24) que foi agredida dentro do cativeiro e no momento em que foi capturada e colocada na garupa de uma moto, no kibutz Be'eri, no sul de Israel, que ela ajudou a fundar e que foi um dos invadidos pelo grupo terrorista durante os ataques do Hamas em 7 de outubro.

Ela era uma ativista pela paz e costumava ajudar palestinos doentes em Gaza a receber tratamentos em Israel, encontrando com eles na fronteira e levando-os aos hospitais, revelou o neto em uma entrevista à agência de notícias Reuters.

Levada para túneis do Hamas

Terroristas do Hamas libertam 2 reféns israelenses

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Já na Faixa de Gaza, a idosa foi levada junto a um grupo de 25 reféns a um emaranhado de túneis que o Hamas controla. Ela passou 15 dias no local onde ficou sequestrada e foi libertada na segunda-feira junto de outra israelense, também idosa.

"Andamos quilômetros dentro dos túneis", relatou.

Uma vez no cativeiro, a idosa afirmou também que foi agredida com varas, mas depois recebeu atendimento médico. Passada a violência inicial, a israelense disse ter sido bem tratada. Contou que os reféns, assim como os criminosos que os vigiavam, foram alimentados com queijo e pepino quase todos os dias.

"Passei por um inferno. Não pensamos que poderíamos passar por essa situação", afirmou a idosa, segundo sua filha, Sharone Lifshitz, que traduziu o discurso da mãe do hebraico para o inglês.

A israelense Yocheved Lifshitz e seu marido - que também foi sequestrado e segue em cativeiro - são ativistas de direitos humanos. Há anos, ela voluntariamente transporta palestinos da Faixa de Gaza que recebem autorização para fazer tratamentos de saúde em hospitais israelenses, segundo relataram filhos e netos.

O marido de Lifshitz, de 83 anos, também foi sequestrado e segue sob domínio do Hamas.

A idosa disse que ele passava bem até sua soltura, e afirmou na entrevista que só vai se sentir aliviada quando todos os reféns forem libertados.

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Lisfshitz disse também achar que Israel "não levou as ameaças do Hamas a sério" e criticou as Forças Armadas de seu país por não proteger a população no sul.

Sua filha, que vive em Londres e foi a Tel Aviv acompanhar a libertação da mãe, disse ainda não saber para onde a família irá agora. A casa dos pais no kibutz que ajudaram a construir, afirmou a filha, foi totalmente destruída e queimada por terroristas nos ataques de 7 de outubro.

Yoachaved Lisfshitz faz parte do segundo grupo de reféns libertadas pelo Hamas, após negociações mediadas pelo Catar e pelo Egito. As primeiras, duas cidadãs dos Estados Unidos, mãe e filha, foram entregues de volta pelo grupo terrorista na sexta-feira (20).

Mais de 200 pessoas foram sequestradas por terroristas durante o ataque perpetrado pelo Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, quando homens armados também mataram 1.402 pessoas em solo israelense.

maioria dos reféns é israelense, mas, segundo as Forças Armadas de Israel, há também cidadãos dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Ucrânia, da Itália e do Brasil. O Itamaraty diz não ter recebido comunicação sobre brasileiros entre os sequestrados.

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