Após afirmar que 'dificilmente' meta de 2024 será cumprida, Lula diz a empresários que garantirá 'estabilidade fiscal'

Após afirmar que 'dificilmente' meta de 2024 será cumprida, Lula diz a empresários que garantirá 'estabilidade fiscal'


  • O presidente Lula afirmou nesta terça-feira (7), durante evento com empresários, que o governo 'garantirá estabilidade fiscal' para investimentos no país

  • O petista deu a declaração dias depois de colocar em dúvida o cumprimento da meta fiscal de 2024 pelo Executivo

  • A fala sobre a dificuldade de fechar o rombo das contas públicas no próximo ano gerou críticas de políticos e levou apreensão ao mercado financeiro

  • Após a declaração do petista, uma ala do governo passou a defender mudança da meta fiscal para evitar o bloqueio de recursos no começo do próximo ano

O presidente Lula (PT) durante evento com investidores no Palácio do Itamaraty — Foto: Reprodução/Apex Brasil
1 de 1 O presidente Lula (PT) durante evento com investidores no Palácio do Itamaraty — Foto: Reprodução/Apex Brasil

O presidente Lula (PT) durante evento com investidores no Palácio do Itamaraty — Foto: Reprodução/Apex Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou a empresários nesta terça-feira (7) que o governo garantirá estabilidade política, fiscal e jurídica para investimentos no Brasil.

O petista deu a declaração durante um fórum, realizado pelo governo com investidores, dias depois de colocar em dúvida o cumprimento pelo governo da meta de zerar o déficit fiscal em 2024. A fala do presidente sobre a dificuldade para fechar o rombo das contas públicas gerou críticas de políticos e apreensão no mercado financeiro.

"Vamos garantir estabilidade política, estabilidade social, estabilidade jurídica, nós vamos garantir para vocês estabilidade fiscal e nós queremos garantir para vocês a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial de vocês para que esse país cresça cada vez mais", afirmou o petista nesta terça.

No evento, que ocorreu no Palácio do Itamaraty, Lula também externou a vontade de alcançar US$ 1 trilhão em comércio exterior.

"Que a gente possa chegar, ao invés de 600 e poucos bilhões de dólares de comercio exterior, por que a gente não estabelece meta de chegar a 1 trilhão de dólares de comércio exterior e vamos buscar isso?", indagou.

No pronunciamento diante de investidores, Lula afirmou também que “não é necessário diminuir o estado para valorizar a iniciativa privada” e que, em seu governo, os ativos públicos não serão vendidos, mas sim aprimorados.

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Mudança na meta

A meta de zerar o rombo nas contas públicas em 2024 está no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) — enviado pelo governo ao Congresso Nacional em abril.

A mudança da meta fiscal é defendida por parte do governo para evitar que o bloqueio de recursos no começo do próximo ano.

Lula afirmou, no fim de setembro, que não deseja retirar dinheiro de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e admitiu que "dificilmente" a meta proposta será cumprida em 2024 (relembre no vídeo acima).

O Planalto avalia no momento o impacto político da mudança da meta, já que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende o déficit zero.

Na segunda-feira (6), após reunião com Lula, o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o governo federal não enviará uma mensagem modificativa para mudar a meta fiscal prevista no projeto da LDO.

O governo tem a prerrogativa de enviar uma mensagem modificando o texto já em tramitação no Congresso Nacional até a votação do relatório preliminar do PLDO na Comissão Mista de Orçamento (CMO), formada por deputados e senadores.

Nos bastidores, segundo o blog do jornalista Gerson Camarotti, o Planalto negocia que um parlamentar aliado apresenta uma emenda ao projeto com a mudança na meta. Outra possibilidade é o relator do projeto na CMO, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), mudar o texto enviado pelo governo.

Outros pontos

No discurso, no Itamaraty nesta terça, Lula também falou sobre a necessidade de aliar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental. O petista afirmou que a crise climática não “é mais loucura de professor" universitário e de ambientalistas, e que o planeta está “dando um aviso” sobre o desequilíbrio ecológico.

“A questão do clima é muito séria e o planeta está dando um aviso: 'cuide de mim', 'não me destruam que vocês serão destruídos junto comigo'. É esse o recado que a gente está vendo nos ciclones, nos furacões, nas secas”, afirmou Lula.

O petista também defendeu o emprego de tecnologia na produção agropecuária como forma de amenizar os efeitos da atividade no meio ambiente.

“A gente tem que lembrar que a gente está produzindo muito mais em muito menos terra, nós não precisamos da mesma quantidade de terra para dobrar a produção”, afirmou.

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