'Ele chorou, não queria ir. Deixei na perua pensando que estava seguro', diz mãe de menino morto ao ser esquecido em van escolar

'Ele chorou, não queria ir. Deixei na perua pensando que estava seguro', diz mãe de menino morto ao ser esquecido em van escolar


Criança de 2 anos deveria ter sido entregue na escola de manhã e foi achada morta à tarde após dia de calor forte na capital paulista, nesta terça-feira (14). Motorista da van e a auxiliar foram presos por homicídio.

Por Renato Biazzi, Carlos Henrique Dias, Juliana Furtado, TV Globo e g1 SP

Mãe de menino morto após ser esquecido dentro de van escolar em SP — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução/TV Globo
1 de 3 Mãe de menino morto após ser esquecido dentro de van escolar em SP — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução/TV Globo

Mãe de menino morto após ser esquecido dentro de van escolar em SP — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução/TV Globo

A mãe do menino de dois anos que que morreu depois de ser esquecido em uma van escolar, na Zona Norte de São Paulo, afirmou que o filho chorou ao entrar no veículo para ir atá a creche nesta terça-feira (14).

Apollo Gabriel Rodrigues foi colocado na van por volta das 7h, mas não foi deixado na unidade pelo motorista e auxiliar. À tarde, o menino foi encontrado desacordado no veículo e levado ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, no Parque Novo Mundo, por volta das 16h20. Apollo chegou já sem vida.

"Ele estava tão bem hoje [terça-feira, 14]. Mas quando eu fui por ele na perua ele chorou. Ele chorou. Não queria ir. E ela [auxiliar do motorista] sempre colocava ele na frente, hoje ela colocou ele no banco de trás e esqueceu do meu filho", disse Kaliane Rodrigues.

"Sempre que eu chegava, meu filho estava lá. Hoje eu cheguei e meu filho não estava e eu nunca mais vou ver ele. Eu nunca mais vou ver meu filho".
Criança morre em van escolar em SP; polícia prendeu responsáveis

Criança morre em van escolar em SP; polícia prendeu responsáveis

Ainda conforme a mãe, ela quer que a Justiça seja feita. "Independente se ela [auxiliar] colocou atrás, na frente ou no meio da van, isso pra mim é irresponsabilidade, porque quem trabalha com criança tem que ter muita atenção. E eu acho isso injustiça demais. E eu quero justiça. Só peço justiça".

"Eu nunca pensei em passar por isso, é muito difícil saber que eu deixei meu filho na perua pensando que ele estava seguro e fui trabalhar. Mas, sabe, pressentimento de mãe. Não foi bom o meu dia e quando deu 16h eu falei 'mãe, o Apolo chegou?".

Kaliane Rodrigues com o filho Apollo Gabriel — Foto: Arquivo Pessoal

A avó do menino lamentou a morte do neto e também falou sobre irresponsabilidade do casal responsável pela van.

"Deixou a perua no estacionamento, num calor terrível, como hoje, só foi perceber [que o menino ainda estava atrás] na hora de entregar as crianças. Eles não tiveram culpa, mas foi irresponsabilidade. Minha filha quer Justiça. Quem cuida de criança tem que ter o máximo de responsabilidade", disse a avó Luzinete Rodrigues dos Santos.

Postar um comentário

0 Comentários