Família de artesãos que vive 'isolada' transforma árvores em estátuas de madeira na Amazônia

Família de artesãos que vive 'isolada' transforma árvores em estátuas de madeira na Amazônia


Estátuas de animais feitas com galhos e pedaços de madeira — Foto: Emily Costa/g1 RO
1 de 7 Estátuas de animais feitas com galhos e pedaços de madeira — Foto: Emily Costa/g1 RO

Estátuas de animais feitas com galhos e pedaços de madeira — Foto: Emily Costa/g1 RO

Viver da floresta Amazônica sem derrubar nenhuma árvore é o que faz uma família de artesãos que mora dentro da Reserva Extrativista (Resex) Lago do Cuniã, na região do Baixo Madeira em Porto Velho.

Juntos, eles transformam restos de árvores e frutos em peças exclusivas de madeira e a inspiração? é a própria natureza.

Família transforma restos de árvores em estátuas de madeira no Lago do Cuniã em RO — Foto: Emily Costa/g1 RO
2 de 7 Família transforma restos de árvores em estátuas de madeira no Lago do Cuniã em RO — Foto: Emily Costa/g1 RO

Família transforma restos de árvores em estátuas de madeira no Lago do Cuniã em RO — Foto: Emily Costa/g1 RO

De acordo com a artesã Francisca Pinho, a inspiração para transformar restos de matérias-primas em arte surgiu de uma maneira simples. Enquanto ela e o marido trabalhavam no quintal de casa, a filha mais velha cuidava dos irmãos.

A jovem aproveitava esse tempo para pegar galhos e fiapos de madeira e moldá-los em formas de animais. Esse gesto despertou na família, a inspiração para começar a customizar estátuas de madeira.

"Qualquer tipo de pedaço de madeira e de ouriço de castanha, por exemplo, a gente pega para moldar e surge uma arara, um jacaré, um papagaio. A ideia vem da nossa mente mesmo e todo mundo ajuda", explica a artesã.

A confecção das peças é totalmente manual e requer apenas utensílios simples: uma faca, cola, tinta e o principal: os pedaços e galhos de madeira que caem pelo quintal. Além disso, os ouriços, após a extração das castanhas, também são reaproveitados e se transformaram em kits de cozinha.

Kits de cozinhas feitas de ouriço de castanha por artesã do Lago do Cuniã — Foto: Emily Costa/g1 RO

Embora todos na família tenham habilidade na confecção das peças, o processo de customização é demorado, pois não dependem exclusivamente do artesanato. Na local, dedicam-se também ao plantio, colheita de frutos, produção de farinha e doces, como pé de moleque.

Peças feitas de forma manual por família de artesãos — Foto: Emily Costa/g1 RO

As estátuas geralmente são feitas por encomenda e os clientes são os próprios moradores das outras comunidades. Jacarés, pirarucu e papagaios são os queridinhos. Além disso, na residência da família, há uma lojinha com peças disponíveis a pronta entrega.

Artesã mostra sua loja com peças a pronta-entrega — Foto: Emily Costa/g1 RO

Há mais de 20 anos, a família vive praticamente "isolada" na comunidade de pupunhas, dentro da Reserva Extrativista. Francisca, seu marido e os outros seis filhos são os únicos habitantes da comunidade, que só pode ser acessada por barco.

Acesso á comunidade de Pupunhas é feito somente por barco — Foto: g1 RO

Apesar das dificuldades em percorrer mais de 50 quilômetros até Porto Velho para exames e consultas médicas, a artesã expressa seu amor por viver no local, pela tranquilidade e paz que sente e não pensa em mudar para a cidade.

Família vive há mais de 20 anos praticamente 'isolada' em comunidade de Pupunhas dentro da RESEX — Foto: Emily Costa/g1 RO

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