Líderes ocidentais vão a Kiev, em solidariedade à Ucrânia no segundo aniversário da guerra com a Rússia

Líderes ocidentais vão a Kiev, em solidariedade à Ucrânia no segundo aniversário da guerra com a Rússia



A italiana Giorgia Meloni, o canadense Justin Trudeau, o belga Alexander De Croo e Ursula von der Leyen chegaram à capital ucraniana vindos de trem da Polônia. Uma teleconferência será realizada durante a tarde entre líderes do G7 com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O G7 é composto por Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA.

"Este lugar é o símbolo do fracasso de Moscou, este lugar é o símbolo do orgulho ucraniano... Esta terra é um pedaço da nossa casa e faremos a nossa parte para defendê-la", disse Meloni.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, visitam o Muro da Memória dos Defensores Caídos da Ucrânia no segundo aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, em Kiev — Foto: Ukrainian Presidential Press Service/Handout via REUTERS

Também neste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o "corajoso povo da Ucrânia continua a lutar, inabalável na sua determinação em defender a sua liberdade e o seu futuro. A Otan está mais forte, maior e mais unida do que nunca".

"E a coligação global sem precedentes de 50 nações em apoio à Ucrânia, liderada pelos Estados Unidos, continua empenhada em fornecer assistência crítica à Ucrânia e em responsabilizar a Rússia pela sua agressão", disse Biden.

Já o chanceler alemão Olaf Scholz disse que “as fronteiras não podem ser alteradas pela força”, e que a Alemanha apoiará a Ucrânia “enquanto for necessário”.

O conflito expulsou de suas casas mais de 14 milhões de ucranianos — um terço da população — e mandou 6,5 milhões de refugiados para países vizinhos, de acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações.

O conflito não tem previsão de acabar. As forças ucranianas estão em posição defensiva, com pouca munição e foram obrigadas a recuar em algumas regiões do país. A capacidade do governo da Ucrânia de expulsar os invasores russos depende muito da ajuda militar, financeira e política de países do Ocidente.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, viajou a Kiev neste sábado (24) — Foto: Handout/Palazzo Chigi press office/AFP

Pacote de ajuda dos EUA tramita no Congresso

Articulado pelo presidente Joe Biden, um projeto de lei no Congresso dos EUA prevê uma ajuda de cerca de US$ 60 bilhões para a Ucrânia. O grosso desse dinheiro vai para apoio militar. É um valor muito importante para os ucranianos.

Jens Stoltenberg, o líder da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirma que a cada semana de atraso na aprovação deste projeto de lei, haverá mais gente morta na linha de frente na Ucrânia.

O texto foi aprovado no Senado, mas na Câmara dos Deputados há problemas. Os membros do Partido Republicano, de Donald Trump, são contra a medida. O líder da casa, Mike Johnson, não coloca o projeto em pauta. Trump e Biden são os principais candidatos das eleições americanas de novembro.

Rússia toma controle de cidade estratégica após saída de tropas da Ucrânia

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Estoque de munição

Nos últimos meses, a guerra se tornou uma batalha de artilharia. Os lados estão trocando milhares de tiros todos os dias.

Ao longo do ano passado, a Ucrânia tinha mais munição do que a Rússia, mas agora a situação mudou. Os russos aumentaram a produção de munição e começaram a importar da Coreia do Norte e do Irã.

Michael Kofman, um pesquisador da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, calcula que o volume de artilharia dos russos é cerca de cinco vezes o da Ucrânia.

Um fator importante para a Ucrânia neste ano é se os parceiros do Ocidente conseguirão responder os russos, diz o professor Justin Bronk, do centro de estudos Rusi.

Decisões sobre mísseis

Os líderes da Ucrânia têm pressionado os países do Ocidente para receber novos tipos de armas, especialmente mísseis de longo alcance, para atacar os russos além da linha de frente.

  • Os americanos têm o sistema de mísseis ATACMS.
  • Os alemães têm o sistema de mísseis Taurus.

Anders Fogh Rasmussen, ex-líder da Otan, disse que a produção de munição não pode ser aumentada da noite para o dia, mas que a decisão de entregar esse tipo de armamento pode ser mais facilmente executada.

Até agora, os EUA só entregaram mísseis mais antigos e de alcance médio. Mas o governo de Joe Biden agora quer mandar mísseis da nova linha. No entanto, isso só vai acontecer se o projeto de lei for aprovado no Congresso, o que não tem previsão de acontecer.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, até agora resistiu aos pedidos da Ucrânia e de aliados da Otan para entregar mísseis Taurus. O receio dos alemães é que esses mísseis possam ser usados para atacar território russo, o que faça com que a guerra se espalhe.

Guerra no Oriente Médio

Em 7 de outubro do ano passado, o grupo terrorista Hamas atacou o território de Israel. Essa outra guerra atraiu atenções e tirou energia dos países do Ocidente que poderia ter sido dada à Ucrânia.

A tendência é que isso se agrave se a guerra no Oriente Médio piorar.

Encontro da Otan

Em julho deve ocorrer um encontro da Otan na cidade de Washington DC. A Ucrânia quer entrar na aliança militar ou, pelo menos, se aproximar de uma adesão.

Mas os Estados Unidos, a potência predominante da Otan, e a Alemanha são contra, argumentando que isso poderia tornar mais plausível um conflito direto com a Rússia, segundo diplomatas.

Eleições nos EUA

O ex-presidente dos EUA Donald Trump criticava a Otan quando estava no poder. Ele reduziu o financiamento da organização e frequentemente afirmava que os EUA pagavam mais do que deviam.

Já fora do governo, Trump criticou o dinheiro que os EUA deram para a guerra na Ucrânia.

O presidente Joe Biden, de 81 anos, vai concorrer à reeleição, e as pesquisas de opinião pública mostram que na melhor das hipóteses ele está empatado com Trump, e os americanos continuam preocupados com os preços altos e questionam sua idade, seus planos econômicos e suas políticas na fronteira e no Oriente Médio. 

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