Por Jotta Junior
Estive na 12ª edição da Rondônia Rural Show Internacional, realizada em Ji-Paraná, e posso afirmar com convicção: estamos diante de um dos mais vigorosos e emblemáticos eventos do agronegócio brasileiro. E, para quem — como eu — defende a macroeconomia e o macrodesenvolvimento como ferramentas de transformação estrutural, é impossível não se deixar levar por um legítimo entusiasmo diante do que vi, ouvi e presenciei.
A Rondônia Rural Show não é apenas uma feira: é uma vitrine da pujança econômica do estado e, mais do que isso, um espelho de um Brasil que dá certo quando aposta em inovação, produção e eficiência logística. Em seus primeiros passos, lá em 2012, a feira movimentou R$ 186 milhões em negócios. Em 2024, atingiu a impressionante marca de R$ 6,5 bilhões, atraindo quase 300 mil visitantes de todas as regiões do país — e do exterior. E agora, em 2025, com o crescimento contínuo da produção, da demanda internacional e da presença de expositores de alta tecnologia, há uma expectativa concreta de que este recorde será superado.
Esses números não surgem por acaso. Rondônia tem se posicionado estrategicamente no mapa da produção agropecuária com inteligência e visão de futuro. Hoje, é o 5º maior exportador de carne bovina do Brasil e figura entre os 10 maiores exportadores de soja. A presença crescente de empresas internacionais, cooperativas, bancos de investimento e fabricantes de tecnologia agrícola na feira demonstra a confiança que o setor tem no potencial do estado.
Os reflexos econômicos imediatos são visíveis: hotéis esgotados em Ji-Paraná e nas cidades vizinhas como Presidente Médici, Cacoal e Ouro Preto do Oeste; bares e restaurantes lotados; aeroportos operando no limite e congestionamentos inéditos nas BRs 364 e nas rodovias adjacentes. Um caos? Sim. Mas um caos abençoado pelo crescimento.
A gênese desse evento, que hoje é considerada a maior feira de agronegócios da região Norte do Brasil, remonta à gestão do então governador Confúcio Moura, atual senador, que teve a ousadia de apostar no agro como vetor principal de desenvolvimento. A semente plantada foi regada pelo apoio da Assembleia Legislativa, com destaque para o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires, que doou a área onde o parque de exposições da feira foi construído. A história os reconhecerá como visionários.
O Parque Tecnológico Vandeci Rack, onde ocorre a feira, hoje é um espaço multifuncional com capacidade de expansão. A cada edição, novos pavilhões são erguidos, novos expositores entram na lista de espera e novas soluções tecnológicas são apresentadas. Tratores autônomos, drones de pulverização, sementes geneticamente adaptadas à Amazônia, softwares de gestão rural em nuvem — tudo isso já está entre nós. E foi mostrado lá.
Mas a Rondônia Rural Show é mais do que uma feira comercial: é um símbolo. Simboliza a força de um povo que acreditou na terra, investiu na produção e hoje colhe os frutos. Simboliza o potencial de um estado que, mesmo jovem, demonstra maturidade econômica. Simboliza também a capacidade de interiorização do progresso — e como cidades médias podem se tornar polos globais de negócios.
É hora de Rondônia assumir de vez o seu protagonismo nacional. E não falo só do agro. O turismo de negócios, o comércio de insumos, o crédito rural, o cooperativismo e a integração logística com o arco norte e a hidrovia do Madeira são elementos que apontam para um ecossistema de crescimento sustentável e cada vez mais profissionalizado.
A Rondônia Rural Show, mais do que nunca, é um evento da prosperidade. E que assim continue. Que seja sempre um palco de negócios, inovação e esperança para esse Brasil que ainda quer crescer. Rondônia não tem limites — e isso não é mais um sonho, é um dado.
Jotta Junior é radialista e analista político.
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