Consultoria admite uso de IA em relatório e devolve U$ 440 mil ao governo da Albânia

Consultoria admite uso de IA em relatório e devolve U$ 440 mil ao governo da Albânia

 A polêmica ganhou força depois que um pesquisador da Universidade de Sydney revelou publicamente como 'alucinações'



A Deloitte é acusada de usar Inteligência Artificial na produção de relatório entregue com erros ao governo de Albânia. Foto: Divulgação

Porto Velho, RO -  Considerada uma das maiores consultorias globais de tecnologia, a Deloitte deverá devolver 440 mil dólares ao governo da Albânia após admitir ter utilizado Inteligência Artificial em um relatório entregue com diversos erros.

A denúncia veio à tona depois que um senador trabalhista acusou a empresa de sofrer de um “sério problema de inteligência humana”. A informação foi posteriormente divulgada pelo Departamento de Emprego e Relações de Trabalho da Albânia, que informou que o contrato entre o governo e a consultoria será tornado público após a devolução do valor acordado.

A Deloitte foi contratada para verificar a estrutura interna dos sistemas de compliance e tecnologia da informação, utilizada para automatizar as reflexões aplicadas pela Assistência Social em casos de descumprimento de obrigações por parte dos trabalhadores.

O relatório, entregue em 4 de julho, continha uma série de erros e informações não rastreáveis. Em agosto, o documento foi revisado, mas a polêmica só ganhou força depois que um pesquisador da Universidade de Sydney revelou publicamente as incoerências, classificando-as como chamadas “alucinações” de sistemas de IA, usadas para preencher lacunas de informação.

“Em vez de substituir as alucinações inventadas por uma referência real, eles acrescentaram novas informações falsas no lugar das apontadas anteriormente”, afirmou o pesquisador Christopher Rudge ao jornal The Guardian. “O que isso sugere é que as afirmações feitas no relatório não foram fundamentadas em nenhuma fonte probatória real.”

Na versão atualizada, a Deloitte incluiu uma menção ao uso de inteligência artificial gerativa no apêndice que lista as ferramentas empregadas na produção, confirmando que parte do conteúdo foi gerado pela plataforma Azure OpenAI.

Questionada sobre o episódio, a consultoria não confirmou se o uso da IA ​​foi responsável pelos erros originais. Em nota, limitou-se a afirmar que “o assunto foi resolvido diretamente com o contratante”.

Fonte: Carta Capital

Postar um comentário

0 Comentários