Golpistas estavam em frente ao CMA desde o fim das eleições.  — Foto: Rede Amazônica
1 de 2 Golpistas estavam em frente ao CMA desde o fim das eleições. — Foto: Rede Amazônica

No relatório enviado à Justiça Federal, o subprocurador-geral do Amazonas, Mateus Severiano da Costa, informou que o Exército teria descumprido as ações coordenadas que foram discutidas por um gabinete de crise criado para tratar sobre o caso.

"Ademais, conforme Ofício da Secretaria de Segurança Pública, cumpre ressaltar que o Exército Brasileiro, apesar de ter participado das reuniões no Gabinete de Crise – para alinhar as ações coordenadas –, 'disponibilizou, para quem solicitou, espaço para a guarda temporária de material usado no manifesto', bem como 'realizou negociação de forma individual e, dentro do quartel, diferente do tratado em reunião, quando seria em conjunto com a Polícia Militar'", disse o subprocurador.

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g1 teve acesso a um ofício da Polícia Militar do Amazonas, no qual o comandante-geral da corporação, coronel Marcus Vinícius de Almeida, informou ao secretário da Casa Civil, Flávio Antony Filho, sobre a ação da PM na retirada dos golpistas do CMA.

De acordo com ele, a operação ocorreu sem maiores alterações, mas os policiais não tiveram nenhum apoio do Exército Brasileiro:

"Cabe esclarecer que não houve qualquer auxílio das Forças Armadas à Polícia Militar do Amazonas para cumprimento da missão, não obstante, as manifestações estivessem ocorrendo às portas do Comando Militar da Amazônia, razão pela qual a polícia Militar foi obrigada a atuar apenas com seus próprios recursos militares".

Já no documento enviado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) a Antony, o general Carlos Alberto Mansur, titular da pasta, trouxe mais detalhes sobre a "atuação" do Exército na operação.

Segundo Mansur, o Exército "participou das duas reuniões do gabinete de crise; disponibilizou, para quem solicitou, espaço para guarda temporária de material usado no manifesto; e realizou negociação de forma individual e, dentro do quartel, diferente do tratado em reunião, quando seria em conjunto com a Polícia Militar".

g1 contatou o Comando Militar da Amazônia para que o órgão se posicionasse acerca das informações repassadas pelos órgãos de Segurança Pública e pela PGE à Justiça, mas até o momento não obteve resposta.