Ação ocorreu em comunidade de cidade da Grande São Paulo, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão em residências. Armas não foram encontradas. Armamento foi furtado em setembro do Arsenal de Guerra. Outras 17 armas já tinham sido recuperadas.
Por Kleber Tomaz, Bruno Tavares, g1 SP e TV Globo — São Paulo
Exército e PM fazem operação em busca de 4 das 21 metralhadoras furtadas em quartel
O Exército e a Polícia Militar (PM) realizaram na manhã desta terça-feira (31) uma operação conjunta em Guarulhos, na Grande São Paulo, em busca das últimas quatro das 21 metralhadoras furtadas, em meados de setembro, do Arsenal de Guerra, em Barueri, na região metropolitana. O armamento não foi encontrado. Outras 17 armas já tinham sido localizadas e recuperadas há algumas (saiba mais abaixo).
A Polícia do Exército (PE) e o Comando de Operações Especiais (COE) da PM cumpriram mandados de busca e apreensão autorizadas pela Justiça Militar em duas residências suspeitas que poderiam ter guardado o armamento. Os imóveis ficam numa comunidade em Guarulhos. Exército e PM usaram 45 militares e oito viaturas na ação.
A operação começou por volta das 6h e terminou perto das 9h no Jardim Vila Galvão. As quatro armas, todas antiaéreas, calibre .50, não foram localizadas. Nenhum suspeito pelo desvio havia sido identificado e preso. O Exército e continua investigando o crime para tentar localizar o armamento. Veja abaixo as notas publicadas pelos órgãos.
O que dizem Exército e SSP
Exército e PM fazem operação conjunta em Guarulhos, na Grande São Paulo, em busca das últimas 4 das 21 metralhadoras furtadas de quartel em Barueri — Foto: Reprodução/TV Globo
"A tropa do Exército foi empregada utilizando o poder de polícia judiciária militar, em uma ação integrada com Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), no contexto das investigações do furto do armamento do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP)", informa trecho da nota do Exército divulgada à imprensa.
"O Exército Brasileiro reitera que o episódio é inaceitável e envidará todos os esforços para recuperar as armas subtraídas no mais curto prazo, responsabilizando os autores", termina o comunicado.
"Equipes do Comando de Operações Especiais [COE] da Polícia Militar dão apoio à Polícia do Exército no cumprimento de mandados de busca e apreensão", informa comunicado enviado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo. "Mais informações serão passadas ao término da operação"
17 armas recuperadas
Operação do Exército na Grande SP — Foto: Reprodução/TV Globo
Outras 17 metralhadoras já tinham sido recuperadas em outubro após operações conjuntas do Exército com as polícias do Rio de Janeiro e São Paulo.
As autoridades informaram que as armas foram retiradas do quartel por militares (seis são investigados por suspeita de envolvimento direto com o furto delas). E que depois elas foram negociadas com facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV), no Rio, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo.
O Comando Militar do Sudeste investiga os crimes militares de furto, peculato, receptação e extravio no caso do sumiço do armamento.
Segundo o Instituto Sou da Paz, o furto das 21 metralhadoras é o maior desvio de armas já registrado no Exército brasileiro desde 2009, quando sete fuzis foram roubados em um batalhão em Caçapava, no interior de São Paulo.
De acordo com o Exército, as armas furtadas foram fabricadas entre 1960 e 1990, são "inservíveis", ou seja, não estariam funcionando perfeitamente. E passariam por manutenção e seriam avaliadas. Possivelmente seriam destruídas ou inutilizadas já que recuperá-las teria um alto custo.
Cabo e militares suspeitos
Exclusivo: militares desligaram intencionalmente rede elétrica do quartel do Exército de onde 21 metralhadoras foram roubadas
Na semana passada o Jornal Nacional e g1 revelaram que um cabo é um dos seis militares investigados por suspeita de participarem diretamente do furto de 13 metralhadoras antiaéreas calibre .50 e de oito metralhadoras calibre 7,62.
O crime teria ocorrido no início do feriado de 7 de setembro, mas só foi descoberto em 10 de outubro, após vistoria e recontagem do armamento no Arsenal de Guerra.
Os militares suspeitos têm patentes de soldado, cabo, sargento e tenente. O Exército pediu à Justiça Militar as prisões preventivas de seis deles. Até a última atualização desta reportagem não havia uma decisão judicial.
Caso a Justiça decrete as prisões, os militares vão para o 2º Batalhão da Polícia do Exército, em Osasco. E se forem julgados e condenados pela Justiça Militar, as penas podem ir de 1 ano a mais de 30 anos de prisão, se somadas.
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