Além de Leandro, também era procurado nesta segunda Eduardo Sobreira Moraes.
A Polícia Civil ainda não deu detalhes sobre a identidade do executor e do mandante, nem o motivo do assassinato. Não há informação sobre o envolvimento de Vinícius Drumond no crime.
Segundo as investigações:
- O PM Leandro arranjou os carros para o crime, 2 Gols brancos, e 1 deles foi alugado;
- Eduardo ficou encarregado de vigiar os passos de Crespo e o seguiu por pelo menos 4 dias.
A polícia não esclareceu se o PM pode ter sido o executor.
Advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, morto a tiros no Rio. — Foto: Reprodução
Cliente antigo
O g1 apurou que um sócio da locadora de veículos disse à polícia que o PM era um cliente antigo e que, no passado, tinha sido apresentado por Vinícius Drumond como um dos seguranças da contravenção.
No escritório da locadora, os policiais encontraram anotações de outros aluguéis feitos pelo PM para o patrão. Entre os nomes nos documentos estão “segurança Caxias”, “Vinicius Drumond (João Bosco)”; “Vinícius Zoológico” (em referência ao jogo do bicho), “Rafael (segurança Caxias)(Drumond)” e “Zoológico”.
Policiais apreenderam o carro clonado no sábado (2), em Maricá, na Região Metropolitana do Rio — Foto: Reprodução
Outro fato que chamou a atenção é que, durante o tempo em que o sócio da locadora prestou depoimento, Vinícius teria feito algumas ligações para o seu telefone celular.
Os delegados da DH chegaram a solicitar que a Justiça determinasse busca e apreensão em endereços relacionados a Vinícius. O pedido, no entanto, foi negado, sob o argumento de que “faltavam elementos” para ligação dele no homicídio.
O policial militar Leandro Machado da Silva e Eduardo Sobreira Moraes — Foto: Reprodução
A operação
Eduardo e Leandro já são considerados foragidos. A Justiça expediu mandado de prisão temporária (30 dias) contra a dupla, além de mandados de busca e apreensão em endereços ligados a eles.
No último sábado (2), um dos Gols brancos utilizados no homicídio foi apreendido em Maricá, na Região Metropolitana do Rio.
Segundo a polícia, Eduardo foi o responsável por vigiar e monitorar a vítima com um dos veículos. Na manhã do dia 26, Eduardo seguiu Crespo desde o momento em que o advogado saiu de casa, na Lagoa, Zona Sul do Rio, até chegar ao trabalho, no Centro da cidade.
Já o PM Leandro teria, também de acordo com a polícia, cuidado diretamente dos veículos usados na ação, tendo inclusive alugado um deles.
Corpo de advogado morto no Centro do Rio é velado
Motorista flagrado por câmeras
No dia do crime, Rodrigo saiu de casa, na Fonte da Saudade, na Lagoa, Zona Sul do Rio, pela manhã. Ele foi para o Centro da cidade em um carro de aplicativo e chegou ao escritório às 11h11 sem saber que estava sendo seguido de perto por um dos suspeitos pelo crime.
O Gol conduzido por Eduardo o acompanhou durante todo o trajeto e permaneceu estacionado na Avenida Marechal Câmara até as 14h27, quando cedeu a vaga a outro veículo da mesma marca e cor, placa RTP-2H78. Nele estava o assassino.
Através da rota de fuga do primeiro veículo, os investigadores começaram a descobrir detalhes sobre o assassinato.
Após a rendição, Eduardo seguiu no carro pela Avenida Franklin Roosevelt, pegou a Avenida Antônio Carlos e foi em direção ao Aterro do Flamengo. Na região, passou devagar por um posto de gasolina. E a polícia identificou a placa do veículo: RKS-6H29.
Com a informação, os investigadores passaram então a detalhar as rotas feitas pelo carro e a analisar câmeras próximas à residência de Rodrigo.
O veículo, que pertence a uma locadora de automóveis, na Taquara, foi devolvido no último dia 29, três dias após o crime. Quando os policiais o encontraram, ele já havia sido alugado por outra pessoa na sexta-feira (1).
O que dizem os citados
A Polícia Militar informou que a Corregedoria da PM apoia a operação da Polícia Civil:
"Dentre os alvos, um policial militar lotado no 15º BPM (Duque de Caxias). O envolvido já estava afastado do serviço nas ruas, pois responde a um outro inquérito por participação em organização criminosa, tendo sido preso preventivamente em abril de 2021.
A Corregedoria já havia instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar em relação ao policial, que pode culminar com sua exclusão das fileiras da corporação. O comando da SEPM reitera seu impreterível compromisso com a transparência e condena qualquer cometimento de crime realizado por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos.
A Corregedoria da corporação segue colaborando integralmente com as investigações da Polícia Civil".
A reportagem ainda procura pelas defesas de Leandro Machado da Silva, Eduardo Sobreira Moraes e Vinícius Drumond.
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